Valquir Aureliano |
Evandro (esq.), observado por Givanildo, admite ?arestas aparadas?. |
Uma reunião na sexta-feira selou a sorte do Atlético na goleada de sábado sobre o Botafogo e quem comemorou foi o técnico Givanildo de Oliveira. Cercado de pressão por todos os lados, o treinador pediu para os jogadores se fecharem numa sala e aparar as arestas. Todo mundo falou o que tinha de falar, foi cobrado mais solidariedade, mais atitude e o resultado foram os 4 a 0 sobre os cariocas. Não só o pernambucano respira aliviado para encarar a semana de preparação para a partida contra o Internacional, como o Rubro-Negro já dá mostras de reverter a crise que rondava a Baixada.
?A gente conversou que ninguém é obrigado a gostar de ninguém, mas dentro de campo e nos treinamentos, a gente tem que um gostar do outro porque é nosso trabalho?, disse o meia Evandro. As palavras do jogador mostram que o clima não estava bom e a iniciativa deles foi fundamental para essa virada. ?Se a gente ficasse com essa frescura de não tocar a bola para o outro e sem comunicação lá dentro, com certeza, todos seriam prejudicados. Agora, a gente se resolveu e daqui para frente vamos conseguir grandes vitórias?, continuou.
De acordo com Pedro Oldoni, artilheiro do Campeonato Brasileiro, os jogadores cobraram mais atitude e isso foi feito.
?A gente tinha que colocar em prática aquilo que falamos e não adiantava dentro da sala falar, e dentro de campo não mostrar?, apontou. Segundo ele, essa lavagem de roupa suja deu o efeito necessário. ?Agora é bola para frente?, projetou. Com os três gols contra o Botafogo e um contra o Fluminense, ele se tornou o goleador da competição.
Se os jogadores ficaram aliviados com a vitória e volta por cima, Givanildo respira um pouco mais tranqüilo esta semana. ?Eu insisti para que eles fizessem essa reunião, já que eles não tinham esse costume. Então, era importante o grupo todo conversar e abrir o jogo, ver o que está faltando?, revelou o treinador. Após o encontro dos jogadores, o próprio Givanildo quis saber do resultado e ficou mais confiante. ?Perguntei se a reunião tinha sido boa ou ruim. Eles disseram que foi muito boa e isso aí ajudou, sim. Não quero ser demagogo, o Atlético fez uma grande partida, eu ajudo, a comissão, os dirigentes, todo mundo, mas quem resolve no campo são eles?, finalizou.
Giva: ?seo? Mário é quem diz se fico ou saio
Com a poeira assentada após uma semana turbulenta pelos lados do CT do Caju, o técnico Givanildo de Oliveira ganha força no Atlético com a goleada sobre o Botafogo. Para ele, as especulações sobre sua saída do comando técnico da equipe são normais devido a falta de resultados. De qualquer forma, ele volta a dizer que quem decide se ele fica ou sai é Mário Celso Petraglia, presidente do conselho deliberativo do Furacão. Assim, por enquanto, ele segue no comando, apesar das sondagens sobre outros nomes.
?Isso é uma coisa que acontece no futebol. Teve até um rapaz de rádio que perguntou se eu estava preocupado porque tinha três nomes para meu lugar. Eu disse: estaria preocupado se tivessem dez?, disse. Segundo ele, a preocupação era em torno do trabalho e que a reunião dos jogadores ajudou. ?Se reunião ganhasse jogo a gente iria se reunir todos os dias, mas ajuda. Essa vitória foi um somatório de coisas desde o começo do trabalho e a gente só não estava conseguindo os resultados que todos querem e o futebol exige?, destacou.
Sobre sua situação à frente da equipe, o treinador foi direto ao ponto. ?O dr. Mário pode responder porque foi com ele que eu acertei. Não acertei vir para o Atlético com ninguém mais, só com ele e é ele quem pode responder se eu permaneço ou não?, apontou.
Time
A reapresentação acontece hoje e para a partida contra o Internacional, Givanildo deverá ter os retornos do atacante Dagoberto e do lateral-esquerdo Michel Bastos. Durante os trabalhos, o treinador avaliará se colocará eles em campo desde o início ou se vai levá-los apenas para o banco de reservas.