Milão – No duelo dos gigantes, ganhou quem tem o melhor jogador do mundo. Comandado por Ronaldinho Gaúcho, o Barcelona derrotou o Milan por 1 a 0, ontem, na Itália, e ficou a um empate da final da Liga dos Campeões. O jogo de volta será na próxima quarta-feira, na Espanha.
Como já havia feito ao ganhar do Chelsea por 2 a 1 em Londres nas oitavas-de-final, o Barça mostrou que não escolhe campo para se exibir. Ignorou os gritos dos quase 75 mil torcedores italianos, tocou a bola com critério e organização e desfrutou do privilégio de ter um gênio como maestro.
Ronaldinho Gaúcho humilhou Gattuso – que foi imprudentemente escolhido pelo técnico Carlo Ancelotti para marcá-lo – com dribles que os italianos não estão acostumados a ver em seus estádios, deu um chapéu em Pirlo que valeu o ingresso, mandou uma bola na trave, deu ótimos passes e ainda fez a jogada que decidiu o jogo, aos 11 minutos do segundo tempo.
Foi o triunfo do time que joga o futebol que todos gostam de ver. Sem nenhum gladiador em campo, o Barça marca e joga, destrói e cria. E, principalmente, encanta. Não por acaso, o Barcelona tem nove vitórias e dois empates na Liga dos Campeões deste ano – o Milan sofreu ontem sua segunda derrota, contra cinco vitórias e quatro empates.
O Milan teve a primeira chance do jogo aos 13 minutos, quando Gilardino aproveitou uma distração da zaga e mandou na trave. No minuto seguinte, Valdés defendeu uma cabeçada de Shevchenko. E a partir daí, o Barça assumiu o controle da partida.
Quando Ronaldinho Gaúcho se desgrudou da ponta-esquerda e passou a circular pelo campo, o pânico instalou-se na defesa italiana.
O lance do gol de Giuly foi uma obra de arte concebida por Ronaldinho. Quase parado, só com o balanço do corpo, ele fez Gattuso cair de quatro na grama. Livre do carrapato, o brasileiro girou o corpo para ficar de frente para o gol e fez um passe preciso por cima de Nesta para o francês fuzilar Dida com uma bomba.
Perdendo o jogo, Ancelotti fez três substituições.
Mas só colocou jogadores de defesa. Primeiro, tirou Pirlo, colocou Maldini e avançou Serginho; depois, trocou Gattuso por Ambrosini; e por fim, aos 32 minutos, colocou Cafu no lugar do holandês Stam, um zagueiro corpulento que foi improvisado na lateral mesmo sem saber apoiar.
Aos 43 minutos, Rijkaard chamou Ronaldinho para descansar. O show tinha acabado.
