O técnico Luiz Carlos Barbieri saiu em defesa do grupo. Achou um absurdo a não inclusão de nenhum jogador do Paraná Clube na lista dos 33 finalistas do Craque Brasileirão 2005. Usa números para sustentar sua avaliação. Com a defesa menos vazada da competição – 48 gols sofridos, ao lado do Internacional – o Tricolor fez do equilíbrio defensivo o seu diferencial.
Ao longo das 41 rodadas realizadas, foram apenas 14 derrotas. Destas, apenas uma foi por uma margem acentuada de gols (0x4, para o São Paulo).
?Um goleiro como o Flávio, com a campanha que fez, não poderia ficar de fora desta lista?, disse Barbieri.
O Pantera foi decisivo em vários jogos deste Brasileirão e conseguiu, até aqui, manter uma média inferior a um gol sofrido por jogo. ?Só atingi essa posição porque a equipe ajudou. O Paraná, em quase todos os jogos, foi um time eficaz na marcação. Jogamos com simplicidade?, frisou Flávio. Nessa linha de raciocínio, Barbieri disse também, não entender como Marcos e Daniel Marques não apareceram entre os seis zagueiros que disputam o prêmio da Confederação Brasileira de Futebol.
?Ao ver a lista, fiquei, primeiro surpreso com a não inclusão de nenhum jogador do Paraná Clube. Depois, dá uma certa frustração. Acho que isso só pode mudar com maior união de todos os paranaenses?, comentou. Cronistas e profissionais de todo o País votaram e, por exemplo, concorrem a melhor goleiro da temporada Harlei (Goiás), Fábio Costa (Corinthians) e Rogério Ceni (São Paulo).
Entre os finalistas da zaga estão dois jogadores do Goiás (André Dias e André Leone), um do Palmeiras (Gamarra), um do São Paulo (Lugano) e dois do Corinthians (Marinho e Betão). Vale lembrar que o Timão teve como ponto frágil de seu time, ao longo de boa parte do Brasileiro, a sua defesa. Na promoção da revista Placar – a Bola de Prata – ao menos um jogador do Paraná chegou às finais. Daniel Marques concorre com outros cinco zagueiros, sendo que apenas os dois primeiros levam o troféu, valendo a média ao longo de todo o Brasileiro.
Daniel Marques faz, neste domingo, sua última partida como a camisa do Paraná.
O jogador pertence ao Palmeiras, mas deve ser negociado com o Internacional. ?Só sei que no Palmeiras não serei aproveitado. O Leão já disse que não sirvo. Mas, isso não me abala, sei do meu potencial e vou procurar meu espaço em outro clube?, disse. Daniel admitiu ser muito difícil renovar com o Paraná.
?O Palmeiras estabeleceu um valor de empréstimo e isso dificulta qualquer transação?. Além disso, há a questão salarial, já que o Tricolor não pretende inflacionar a sua folha. Os salários serão ajustados, obrigatoriamente, à cota de televisão a que o clube tem direito, muito inferior às dos demais integrantes da Série A e a de alguns clubes da Série B.
Thiago Neves ?desconta? no Coxa
?Descontei toda a minha raiva no Coritiba.? Foi desta forma que o meia Thiago Neves analisou a sua boa atuação no clássico do último fim de semana – vitória por 1×0 sobre o rival -, que levou o Paraná Clube à decisão do estadual de juniores. ?Estava nervoso mesmo, com toda a situação, ficar de fora do jogo frente ao Cruzeiro e voltar para o júnior?, afirmou. Thiago Neves admitiu ter ?pisado na bola? com o técnico Luiz Carlos Barbieri e por isso acatou a punição.
Com dores musculares, o meia fez apenas um treino leve na tarde de ontem, na Vila Capanema. A possibilidade de Thiago Neves ser utilizado frente ao Vasco da Gama, domingo, é zero. ?Ele está fora dos planos. Ano que vem é outra história?, disse Barbieri. Com novo visual – luzes no cabelo -, Thiago Neves quer virar a página e garante não ser um garoto rebelde. ?Não me vejo assim, não. Quem me conhece sabe que sou um cara tranqüilo?, afirmou. ?Perdi a hora por descuido. Não vi a programação e me dei mal.?
Thiago Neves irá disputar as finais do estadual de juniores, frente ao Atlético. ?Quero é jogar, para fechar esse ano e começar tudo outra vez em 2006.? O meia espera, a partir de janeiro, recuperar a confiança do treinador e da diretoria para se firmar no time principal. Thiago Neves tem contrato com o Tricolor até janeiro de 2009 e era, no momento, a grande aposta da diretoria para uma transação ?de peso?. O Paraná detém 50% dos direitos econômicos do atleta, sendo que a outra metade pertence à L.A. Sports.
Jogadores e comissão técnica torcem pro Coritiba escapar
Jogadores e integrantes da comissão técnica assumem um discurso politicamente correto quando o assunto é o drama do Coritiba na luta contra o descenso. Revelam uma torcida pelo rival, tendo como bandeira o Estado
do Paraná. ?Sei que para o torcedor mais fanático, a torcida é pela queda. Mas, nós, profissionais, temos
que falar com a razão. Para o futebol paranaense, é muito melhor contar com três clubes na primeira divisão?, comentou o capitão Beto.
?Tenho amigos lá, como Renaldo e Reginaldo Nascimento, e já trabalhei com o Márcio Araújo – na Inter de Limeira, em 1998 – e sei o que eles devem estar passando?, lembrou o volante. ?Vivemos isso no
ano passado e não desejo a ninguém.? Para Beto, o foco do Coritiba deve ser o seu jogo. ?Não adianta ficar pensando em secar aqui e ali e deixar de fazer o mais importante, que é vencer o Inter?, orientou. Esse, para o zagueiro Daniel Marques, é o ponto mais delicado. ?Acho que o Coritiba só se livra com um milagre?, disparou.
Daniel Marques sabe que matematicamente o Coritiba tem chances. ?Só que não é fácil depender de tropeços de outros clubes. Além disso, têm que ganhar de um time que está brigando pelo título?, completou. O volante Mário César acha que a necessidade do Inter (que precisa de ampla margem de gols) pode ?ser a brecha? que o Coxa necessita. ?Com uma vitória simples, o Coritiba se livra. Por isso, acho que eles não caem.? O maior candidato, para Mário César, é o São Caetano. ?O Cruzeiro vem de uma série de derrotas e vai querer fechar o ano vencendo. Tchau, São Caetano?, disse.
O técnico Barbieri, que também defende a união dos paranaenses como forma de fortalecer o Estado no cenário nacional, também elege o São Caetano como alvo a ser alcançado pelo rival. ?Conheço bem a Ponte Preta
e os problemas internos mexeram com o grupo. A Ponte não cai.? No início da semana, Piá e Élson criticaram o comportamento ?covarde? do time campineiro.
?Como profissional, torço para o Coritiba não cair.
Eles têm é que vencer seu jogo e colocar seu destino nas mãos de Deus?, finalizou o treinador.