Foto: Orlando Kissner/O Estado |
O técnico Luiz Carlos Barbieri ainda aguarda reforços e prevê muito trabalho na montagem de um novo time para a temporada 2006. continua após a publicidade |
O técnico Luiz Carlos Barbieri já começou a contagem regressiva. Não só apenas para a comemoração de Ano Novo, mas também para o início das atividades visando a estréia no Paranaense-2006, no dia 12 (ou 11) de janeiro, frente ao Roma, no Pinheirão. Sabe, no íntimo, que terá muito trabalho para refazer a equipe do Paraná Clube, que perdeu vários jogadores após o término do Brasileirão. Nada menos do que sete titulares já não estão mais no clube.
Neto, Daniel Marques, Marcos, Edinho, Pierre, André Dias e Borges já deixaram o tricolor. "Então, é hora de apostar em novos contratados e em jogadores que estavam na suplência, mas não por falta de qualidade", frisou o treinador, que passa férias em Camboriú. "Será um time novo. O maior problema é a falta de tempo para fazer os ajustes necessários", disse. Com a reapresentação marcada para o dia 3, terá pouco mais de uma semana para acertar o time. "Por isso, é muito importante que os jogadores estejam cumprindo à risca as atividades que lhes foram passadas".
A comissão técnica elaborou um programa de treinamentos diários a ser executado nas férias. "Assim, minha idéia é já partir para o treino técnico no primeiro dia. Corremos contra o relógio", afirmou Barbieri. Com uma condição física razoável, os atletas irão se revezar entre avaliações físicas e treinamentos com bola. "A ênfase é o condicionamento físico, mas não vamos poder abrir mão dos treinos técnicos e táticos", lembrou. A preocupação do técnico é justificável, já que até a décima rodada haverá jogos sempre aos meios e fins-de-semana.
"Teremos exatos dez jogos em um mês. Todo o cuidado será pouco", avisou Barbieri. Confiando no profissionalismo dos jogadores, o técnico acredita que se todos estiverem seguindo a "cartilha", o tricolor iniciará o estadual em condições de igualdade com as equipes do interior, sob o aspecto físico. "O calendário é complicado. Os times que disputam a primeira divisão nacional sempre começam as competições estaduais abaixo dos demais clubes, que já estão treinando há tempos".
Além dessa preocupação, Barbieri carrega no íntimo outras dúvidas. Sabe que o Paraná Clube ainda precisa repor algumas peças e, mais do que isso, terá que definir o quanto antes o "novo" time. Momentaneamente vai arquivar a utilização do 4-4-2, esquema de jogo ideal segundo a sua concepção. "Teremos que começar o ano no 3-5-2, como terminamos o brasileiro. Independente da troca de peças, nossa base serão os remanescentes que já estão habituados a jogar desta forma", justificou.
São os casos de Parral, Neguete, Aderaldo, Rafael Muçamba, Beto e até mesmo Sandro. "Num primeiro momento, as mudanças maiores ocorrem na zaga e no ataque. Mas, olhando-se atentamente é fácil perceber que todo o time vai mudar", comentou Barbieri. Explica-se: na reta final do Nacional, a dupla de volantes titular tinha Pierre e Mário César. No momento – já que Mário César ainda não assinou um novo contrato, tendo apenas um acordo verbal – o setor teria Rafael Muçamba e Beto.
Se o clube confirmar a contratação do zagueiro Gustavo (indicação do próprio Barbieri), a nova zaga paranista teria Neguete, Gustavo e Aderaldo. "Tecnicamente, são bons jogadores. Isso daria a sustentação para a gente trabalhar o restante da equipe". Com Parral na direita, o treinador só espera a contratação de um ala-esquerdo para acertar a "cozinha" do time. A partir daí, a missão seria a definição do setor ofensivo, muito provavelmente com Sandro jogando mais à frente, ao lado de um dos atacantes contratados: Fábio, Leonardo ou Vandinho.
Para atingir o equilíbrio necessário, Barbieri terá outra dificuldade. Ao longo de toda a temporada, o tricolor ressentiu-se de um meia de criação capaz de "alimentar" o ataque. Thiago Neves oscilou muito e os problemas disciplinares acabaram "marcando" o jogador. "Já trouxemos o Marcos Tora, que é um jogador diferenciado. Vocês vão ver", atestou o técnico. "Não será fácil, mas vamos armar um time competitivo. Temos ambições para 2006 e com um trabalho sério e um grupo forte e coeso vamos chegar lá", finalizou o treinador. O objetivo do tricolor é brigar pelo título e, ao menos, garantir uma posição que o conduza novamente à Copa do Brasil.