Com personalidade forte, o técnico Luiz Carlos Barbieri não manda recados. Cobra abertamente os eventuais deslizes dos jogadores em uma partida e garante que essa política só dá certo pela honestidade com que conduz o elenco. Sob essa diretriz, o treinador contornou os vários problemas no início da temporada e encontrou a formação ideal, na sua análise, para chegar à meta maior: o título paranaense. Mesmo destacando o bom momento do Paraná Clube, evita falar em favoritismo, até mesmo para o jogo do próximo sábado frente ao Iraty.
O Tricolor só precisa de um empate para chegar à semifinal do Campeonato Paranaense, mas Barbieri prevê um jogo tenso e equilibrado como o disputado no último domingo, fora de casa. ?Todos viram que o Iraty possui um time bem armado e com qualidade. Será um jogo de superação?, alertou. O objetivo é a classificação, mas o treinador não esconde a intenção de assegurar os três pontos para continuar com a melhor campanha e com a vantagem de fazer sempre em casa o jogo de volta. ?Estamos na ponta, agora é não dar vacilo.?
Barbieri, no último domingo, deixou claro que o rendimento dos meias Marcelinho e Maicosuel não agradou. Também criticou o incrível gol perdido por Sandro. ?Falo abertamente porque aquilo que digo aqui, já falei com os atletas. E, o mais importante, os próprios jogadores se cobram quando percebem que o time poderia ter rendido mais?, comentou o comandante tricolor. ?Sou assim mesmo. Jogo aberto e os atletas aceitam porque sabem que comigo é tudo tratado com clareza, olho no olho?, disse.
Quando chegou à Vila Capanema, no início do segundo turno do Brasileiro do ano passado, Barbieri revelou sua preferência pelo 4-4-2. Até agora não conseguiu implementar este esquema. ?Isso leva tempo. Vocês viram que na preparação para o Estadual tivemos que queimar etapas. O grupo está muito equilibrado com os três zagueiros e seria incoerência mexer no time?, comentou.
O principal ajuste feito pelo treinador foi no ataque. Com dois meias ofensivos (no caso, Maicosuel e Marcelinho), o Paraná tornou-se mais versátil e criativo. ?Vocês escalam o time no 3-6-1, mas eu vejo o Paraná no 3-4-3. Tanto que a equipe cria várias situações de gol.? Para o treinador, se não houver imprevistos, a tendência é que o atual sistema seja mantido nesta reta final do Paranaense e também na largada do Brasileiro, que começa dentro de um mês.
Montagem do onze começa hoje
O zagueiro Gustavo será reavaliado hoje pelo departamento médico. Pode até não participar do coletivo de hoje, mas tem boas chances de atuar frente ao Iraty. Já sem dor na região posterior da coxa esquerda, o jogador segue em tratamento, mas não foi detectada lesão muscular no exame de ressonância magnética. ?Estou otimista. Acho que terei condições normais?, disse Gustavo.
A presença do jogador facilitaria o trabalho de Barbieri na montagem da defesa, que já não terá Émerson, suspenso. João Paulo é o substituto natural. Se Gustavo fosse vetado, Barbieri até se mostrou propenso a escalar apenas dois zagueiros, mesmo não sendo a formação ideal, no momento. ?Temos opções. Vou primeiro observar o time no coletivo e então ver qual a melhor formação?, disse o técnico, que pretende utilizar Edinho e Rafael Muçamba, recuperados de lesões.
Neste momento de sucessivas decisões, a comissão técnica tem reduzido significativamente a intensidade dos treinos. ?Não adianta forçar e expor os atletas a lesões. Tudo deve ser muito bem planejado, observando o momento do grupo?, disse o preparador físico Marcos Walczak.
Também por suspensão, o treinador não poderá escalar o volante Beto e o atacante Jeff, que hoje é reserva do time. ?Não adianta lamentar ausências. Chegamos até aqui pela qualidade do grupo e quem for escalado terá condições de manter o mesmo nível de rendimento?, assegurou Barbieri. (IC)