O técnico Luiz Carlos Barbieri vê seu time preparado para encarar o ?alçapão? da Estradinha. O Paraná vai a Paranaguá, domingo – às 15h40 – disposto a garantir vantagem para o jogo de volta, no Pinheirão. Para o treinador, a equipe está madura o suficiente para não se influenciar pela pressão que exercerá a vibrante torcida parnanguara. ?Time que disputa a Série A do Brasileiro não vai se deixar intimidar pelo grito da torcida adversária?, comentou.
Assim como ocorreu frente ao Iraty, o técnico sabe que seu time terá que se adaptar ao perfil do jogo, contra um time de qualidade e jogando em um campo com dimensões reduzidas. ?Em jogos assim, a atenção em lances de bola parada deve ser redobrada. Eles têm muita qualidade nas bolas alçadas para a área?, destacou Barbieri. O treinador recebeu de seu auxiliar, Júlio César de Camargo, um relatório detalhado sobre o Rio Branco.
?A torcida influencia, mas a bola parada define?, disse Júlio César que, no último domingo, viu de perto a vitória do Rio Branco sobre o Londrina. ?Foi um jogo de muito choque e o aspecto físico vai pesar, ainda mais agora, valendo vaga na final.? Destacou a eficiência dos dois zagueiros adversários (Amaral e Rodrigo) – tanto defensiva quanto ofensivamente – do ala-direito Baiano e do meia Doriva. Isso para não falar de Ratinho, responsável pela organização do meio-de-campo do Leão da Estradinha.
?É jogo de superação?, avisou Júlio César. Somente amanhã o técnico Luiz Carlos Barbieri vai comandar um trabalho coletivo. Mas, já admite processar alterações no Paraná Clube. Só não mexe mesmo no esquema tático.
?Se houver troca, será de peças?, antecipou. O técnico não citou nomes, mas nos dois jogos das quartas-de-final o setor de criação ficou muito abaixo do esperado. Dependendo do rendimento nos treinos táticos da semana, Sandro pode pintar como novidade no time, no lugar de Marcelinho ou Maicosuel.
?Vamos ver como será a semana. Tenho opções, o que é o mais importante?, disse Barbieri, saindo pela tangente. ?Nada é imutável. Se o jogador não está rendendo tudo o que pode, o jeito é mexer, mesmo numa fase decisiva?, alertou. Barbieri reclamou da falta de mobilidade dos meias titulares, que na sua avaliação ?aceitaram a marcação?. ?Eles estavam avisados que seriam marcados individualmente. No domingo, não será diferente?, prevê.
Com a volta de Émerson, o treinador irá recompor a zaga, que se mantém como a menos vazada do Paranaense-2006, com apenas 14 gols sofridos. Esta é a única mudança confirmada, já que Beto, suspenso, só terá condições legais no jogo de volta, no próximo dia 29 de março, no Pinheirão.
?Guerra de boatos? cerca véspera da semifinal
A confusão que marcou o jogo entre Rio Branco e Londrina, domingo passado, em Paranaguá, deixa o Paraná Clube em estado de alerta. A diretoria tricolor move-se, antecipadamente, para garantir espaço a seus membros e à torcida no primeiro jogo das semifinais do Estadual, domingo que vem, na Estradinha.
Depois de ser eliminado, o Tubarão saiu disparando contra o tratamento dispensado pelo Rio Branco no jogo de volta. Segundo o Londrina, o ônibus do clube foi sido recebido por torcedores armados de paus e pedras, e o vestiário dos visitantes não tinha energia elétrica ou água. A portão de acesso entre o vestiário e o gramado estava fechado, e quem não estava no banco teve que escalar um muro para assistir à partida.
O local reservado para a diretoria estava ocupado por uma rádio de Curitiba – emergencialmente, o Rio Branco destinou um espaço cercado no meio da torcida local. Seis vans com torcedores do Tubarão não conseguiram entrar na Estradinha e deram meia-volta. Estas e outras denúncias foram publicadas no sítio oficial do clube (www.londrinaesporteclube.com.br).
O Rio Branco refuta as acusações. ?Estão falando mentiras?, disse o supervisor do clube, Abílio Bezerra. Segundo ele, a diretoria do Londrina não quis ficar na cabine nem reservou ingressos para torcedores da equipe. ?O assessor de imprensa escreveu no sítio sem autorização. A diretoria até nos agradeceu?, afirmou. Até ontem à noite, porém, as informações continuavam publicadas no endereço eletrônico.
Sabendo dos problemas, o Paraná pediu a garantia de pelo menos 10% da carga de ingressos, conforme determina o regulamento do Estadual. Ontem, o Rio Branco confirmou que disponibilizará 7 mil bilhetes – 700 destes para a torcida tricolor. No jogo contra o Londrina, de acordo com Abílio Bezerra, o Leão colocou à venda 8 mil entradas e negociou 7.600.
Houve certo impasse sobre a cessão dos ingressos – o Rio Branco queria que o Paraná comprasse os ingressos de seus seguidores, o que não foi aceito. ?Vamos vendê-los até o meio-dia de sábado e devolveremos o resto?, falou o dirigente, que acredita que a carga para os tricolores se esgote rapidamente.
O chefe do futebol tricolor disse que entrará em contato hoje com a Polícia Militar para garantir a segurança da delegação. ?Sabemos que na multidão sempre há uns dois ou três exaltados. Mas temos um bom relacionamento com o Rio Branco e acreditamos que tudo correrá bem?, falou o dirigente. O supervisor do Rio Branco falou que os representantes tricolores ficarão na mesma cabine destinada ao Londrina.
Os ingressos para os paranistas serão vendidos a partir de quinta-feira à tarde, somente nas sedes da Kennedy e Vila Capanema. O preço único é de R$ 12,00.
Lateral Goiano dá receita contra pressão
O ala-direito Goiano vem conseguindo uma boa seqüência de jogos como titular do time. O ex-volante usa a experiência dos vários anos de clube – computando-se também seu período na equipe de juniores – para orientar os mais novos sobre as dificuldades de se atuar no Estádio Nelson Medrado Dias. ?A torcida dita o ritmo do Rio Branco. A pressão é sempre grande e é preciso ter muita calma para não entrar na correria do adversário?, disse.
Para Goiano, o Tricolor deve impor o seu ritmo com um bom toque de bola, justamente um dos fundamentos que mais deixaram a desejar nos confrontos com o Iraty.
?É preciso acertar o pé. Quanto mais tempo ficarmos com a posse de bola, menos pressão iremos sofrer?, comentou.
O ala, plenamente adaptado à nova função, sabe que no jogo de domingo terá poucos espaços para apoiar.
?Pelas dimensões do campo, é normal recorrer as bolas alçadas. Vamos procurar não errar e contar com a habilidade de nossos meias e atacantes?, frisou. O Paraná, neste Estadual, venceu quatro jogos fora de casa, contra Adap, Toledo, Paranavaí e Iraty. ?Este, será o mais difícil de todos, pois o adversário jogará extremamente motivado e embalado pela grito de sua torcida, que não pára?, lembrou Goiano.
