A BAR anunciou oficialmente na manhã  de ontem a contratação de Rubens Barrichello, num acordo de ?vários anos? que colocará o brasileiro em sua quarta equipe na Fórmula 1 desde que estreou, na Jordan, em 1993.

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O compromisso vale para 2006 e 2007 com opção de mais uma temporada, embora o time não tenha revelado os detalhes. Especula-se que seu salário ficará na casa dos US$ 10 milhões anuais, o mesmo que ganhava na Ferrari.

O anúncio saiu 17 dias depois que o contrato foi revelado pelo jornal O Estado de S.Paulo, a partir de uma indiscrição de Nelson Piquet na Hungria. ?O burrinho tá assinado com a BAR, pode escrever aí?, disse o tricampeão ao repórter do jornal, Livio Oricchio.

A transferência para a BAR foi decidida no final de semana do GP de Mônaco, onde Barrichello foi ultrapassado por Michael Schumacher na última volta e soltou os cães sobre a equipe. Já tinha tudo acertado com Gil de Ferran, diretor-esportivo de seu novo time.

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Ao comunicar a possibilidade de sair com Jean Todt, diretor da Ferrari, Rubens recebeu do francês um pedido: ?Resolva tudo em uma semana, porque eu contava com você para o ano que vem?. As coisas foram resolvidas rapidamente e o time de Maranello, sem mais delongas, fez valer sua opção sobre o contrato de Felipe Massa.

Barrichello ainda não sabe quem será seu companheiro de equipe em 2006. A BAR quer que Jenson Button fique, mas o inglês está assinado com a Williams. Anthony Davidson, Takuma Sato, Nick Heidfeld e até Tony Kanaan fazem parte da lista de candidatos.

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Para a BAR, contratação de Barrichello significa ?um marco?, nas palavras de seu chefe, Nick Fry. ?Rubens não é apenas um piloto excelente, mas tem experiência de um time vencedor e isso será muito importante para nós.?

Rubens chega à equipe inglesa depois de passagens pela Jordan (1993/96), Stewart (1997/99) e Ferrari (2000/05), com 208 GPs disputados, nove vitórias, 13 poles e dois vice-campeonatos.

Os números do brasileiro na Fórmula 1

Natural de São Paulo, 33 anos, Rubens Gonçalves Barrichello começará sua 14.ª temporada na F-1 em uma casa nova. A BAR será o quarto local de trabalho do piloto na categoria a partir de 2006 ? os outros três foram Jordan, Stewart e Ferrari.

Barrichello estreou em 1993, aos 20 anos, num carro número 14 da Jordan-Hart. Pela equipe viria conseguir seu primeiro pódio no ano seguinte, no GP do Pacífico, e sua primeira pole, em Spa-Francorchamps. Mudou de ares após quatro anos, quando foi convidado por Jackie Stewart a ser o primeiro piloto da estreante equipe. Seus melhores momentos foram um segundo lugar em Mônaco em 1997 e uma pole na França em 1999.

Em 2000 Rubens fazia história ao ser o primeiro brasileiro titular na Ferrari. Lá teve de aprender a ser assumidamente segundo piloto, por muitas vezes tendo de engolir ordens de equipe. Caso explícito dos sapos engolidos aconteceu na Áustria, onde liderou todo o GP de 2002 e metros antes da linha de chegada teve de dar a vitória para Michael Schumacher.

Em todos estes anos, Barrichello obteve 11 poles, nove vitórias e 15 voltas mais rápidas. Chegou a dois vice-campeonatos.

Motivação

Rubens Barrichello escolheu a Rede Globo, através de sua emissora a cabo Sportv, para dar a primeira entrevista como piloto da BAR. Não falou a mais nenhum veículo de imprensa. Esteve na gravação de duas edições do programa Linha de Chegada na manhã de ontem. Não disse nada demais, para quem esperava revelações sobre seus anos de Ferrari. Num programa anterior, meses atrás, havia dito que quando saísse de Maranello iria escrever um livro "e ficar rico" com tudo que iria contar.

Em resumo, Barrichello disse que se sente "orgulhoso" por ter ajudado a Ferrari a conquistar cinco títulos de construtores, e que sua meta "segue sendo vencer o título de pilotos".