Enquanto o União está sem atividade – originando novas especulações de que estaria para ser fechado -, um novo time inicia suas atividades em Bandeirantes. Utilizando o gramado do Comendador Meneghel, o Bandeirantes Esporte Clube (BEC) se prepara para o campeonato estadual de juniores, que começa no dia 12 de agosto, e pretende se firmar como um celeiro de talentos, não investindo inicialmente num elenco profissional.
O tricolor BEC – vermelho, verde e branco, as cores da cidade – não pretende roubar o espaço do União, que não tem mais qualquer vestígio estampado no estádio municipal. ?O nosso foco é revelação de jogadores. Queremos fazer parcerias com os grandes de Curitiba, de São Paulo e se possível também com o União?, afirma o dirigente Celso Silva – irmão de Roque, o presidente, que promete apresentar nos próximos dias o escudo do recém-fundado.
O novato inicia sua história apoiado em dois trios de irmãos, todos residentes em Bandeirantes: Celso, Pedro e Roque Silva, donos da Açúcar Cedro; Douglas, Sadao e Jorge Sagae, proprietários de uma empresa especializada em formaturas. Mas por que não investir no União? ?Sabemos das muitas dificuldades do União. Então, preferimos iniciar um projeto novo, arrojado. Nos espelhamos no PSTC?, completa Celso, referindo-se ao clube de Cambé, que revelou alguns recentes ídolos do Atlético, como Kléberson, Fernandinho, Jadson e Dagoberto.
Iniciar nova base – Rogério de Mello, o ?Pierrô?, treina os jogadores das categorias juvenil e júnior. O técnico evita falar em vôos mais altos, como o da formação de uma equipe profissional. ?Primeiro, temos que fortalecer a base. Para isso, pretendemos trabalhar com garotos de todo o Brasil, não apenas da região?, afirma o ex-atacante do União.
União é uma incógnita
Enquanto o BEC planta sua semente, não há em Bandeirantes uma palavra definitiva sobre o fim do União. No ano passado, o lendário Serafim Meneghel renunciou também à presidência ?Não estou sabendo de nada?, desconversa Nelson Santos, veterano dirigente, que auxilia os Sagai e os Silva na nova empreitada.
O alvinegro acumula dívidas desde o ano passado, quando o fundador Serafim Meneghel, dono da Usina Bandeirante, deixou a presidência do clube, por problemas de saúde. Francisco Sanches, vereador em Itambaraca, cidade vizinha à Bandeirantes, o substituiu e logo encontrou mais dor de cabeça: o trio de empresários paulistas que arcaria com o departamento de futebol em 2006 foi embora sem pagar o salário do elenco.
Em junho, devido à utilização de jogadores sem contrato registrado na CBF, o clube, fundado há 42 anos, foi rebaixado para a segunda divisão, por decisão do TJD (Tribunal de Justiça Desportiva) com base numa queixa do Toledo Colônia Work. Um novo e definitivo julgamento do caso ainda vai ocorrer no STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva). Se confirmado, o rebaixamento poderá ser a pá de cal do União.
(futebolpr.com.br)
