Campeã da São Silvestre de 2001, Maria Zeferina Baldaia afirmou nesta quinta-feira que espera ficar entre as cinco primeiras colocadas na 87.ª edição da tradicional prova, que será realizada neste sábado, em São Paulo. A brasileira ficou fora da edição passada da corrida, por causa de uma lesão no joelho, e volta para liderar a elite nacional contra o domínio das africanas, que subiram ao lugar mais alto do pódio nas últimas quatro edições da competição.
Mas, apesar do discurso cauteloso, Baldaia admite que tem esperança de conquistar uma nova vitória na capital paulista, apesar de hoje já estar com 39 anos de idade. “Minha intenção é ficar entre as cinco melhores. Sei que o nível está alto, mas não descarto essa possibilidade. A São Silvestre é uma prova difícil, tem que saber largar e chegar”, afirmou a atleta, que usará a São Silvestre também como preparação para a conquista do índice para a maratona olímpica. “Tenho feito treinos de força e resistência para alcançar esse índice no começo do ano que vem, com subidas e descidas. Estou bem”, garantiu, em entrevista coletiva.
O Brasil não vence a São Silvestre, entre as mulheres, desde 2006, quando Lucélia Peres triunfou. A partir dali, a queniana Alice Timbilili ganhou em 2007 e 2010, enquanto a etíope Yimer Wude Ayalew foi ao topo do pódio em 2008 e Pesalia Kipkoech Chepkorir, também do Quênia, chegou na frente em 2009.
Outras brasileiras que comentaram nesta quinta sobre o domínio africano na São Silvestre foram Adriana Aparecida da Silva, ouro na maratona do Pan de Guadalajara; Marily dos Santos, duas vezes terceira colocada da São Silvestre; Cruz Nonata, quarta colocada no ano passado e dona de medalhas de prata nos 5 mil e nos 10 mil metros do Pan; e Tatiane de Carvalho, revelação de 22 anos que vem acumulando conquistas na categoria Sub-23.
Entre elas, Adriana exibiu otimismo. “As africanas sempre foram fortes e nós estamos tentando alcançá-las. Acho que podemos nos colocar no mesmo nível delas para essa prova”, afirmou a corredora, outra que buscará índice para a maratona na Olimpíada de Londres no início do próximo ano. “(A São Silvestre) É a última prova deste ano dourado. Sei que as atenções aumentaram com a conquista no México, mas isso não muda nada na preparação. Espero ter o apoio dos torcedores durante o trajeto e ajudar o Brasil a quebrar a escrita”, completou a atleta.
A marroquina Samira Raif, atual campeã da São Silvestre e recordista da Maratona de São Paulo, com a marca de 2h36min01s, afirmou nesta quinta que lutará para de novo fechar um ano no lugar mais alto do pódio. “Gosto do clima do Brasil e da força que os torcedores nas ruas passam. A São Silvestre é um dos caminhos para se chegar na maratona olímpica”, ressaltou.