O balanço financeiro da Federação Paranaense de Futebol, divulgado pela CBF, trouxe a público pela primeira vez os números referentes ao empréstimo que permitiu a entidade pagar uma parcela de R$ 1,300 milhão, referente a parte da dívida com o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) que já passou dos R$ 40 milhões. Assim a instituição conseguiu impedir o leilão do Pinheirão, em 2011, horas antes de a oferta ser aberta.
Segundo consta no relatório da empresa Russel Bedford Brasil, que fez a auditoria nas contas da Federação, foram emprestados R$ 700 mil das federações Gaúcha e Carioca. Porém, a instituição deve ainda R$ 600 mil para seu próprio presidente. Hélio Cury emprestou à FPF R$ 500 mil, através de sua loja de troféus, e outros R$ 100 mil do próprio bolso.
O mais curioso é as duas federações terem recebido o pagamento dos empréstimos sem correção alguma, dívida sanada ainda em 2011, enquanto o presidente terá 0,5% de juros, mais a atualização monetária pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) que tem variado entre 5% e 7% ao ano. Ou seja, juros superiores a boa parte das aplicações financeiras disponíveis no mercado.
No balanço entregue à CBF, há ainda a informação de que a Federação responde a 107 processos. As ameaças judiciais fizeram a FPF pedir uma reavaliação das suas propriedades para não entrarem nos leilões a um preço menor que de mercado. O Pinheirão está avaliado em R$ 66,635 milhões e a sede, perdida em leilão no mês de maio, estava avaliada em R$ 3,385 milhões.
A arrecadação da FPF não chegou a um décimo do que a instituição deve para o INSS. Foram arrecadados R$ 4,634 milhões, com despesas operacionais de R$ 3,235 milhões, o que traz um superávit pouco superior a R$ 1 milhão.