Produto de baixa qualidade, ingressos caros e violência nos estádios. Estes três fatores são, para o consultor de marketing e gestão esportiva, Amir Somoggi, determinantes para o pouco público registrado nas arenas da Copa do Mundo após a competição. “O fato é que não temos produto de qualidade igual na Copa pelo preço que está sendo cobrado. Durante o Mundial acompanhei grandes partidas, lances esplêndidos e o valor pago por tudo isso valeu a pena, diferente da realidade do futebol brasileiro”, contou Somoggi.

continua após a publicidade

O especialista ressaltou ainda que a baixa ocupação nas arenas deve-se também à violência registrada nos últimos anos e à escassez da qualidade técnica nos gramados do futebol brasileiro. “Infelizmente, hoje as arenas estão vazias com níveis de ocupação baixos, pois o preço é alto pelo produto de baixa qualidade que está sendo colocado à disposição do torcedor. Se houvesse uma qualidade maior, como na Espanha e na Alemanha, por exemplo, a realidade poderia ser outra”, emendou.

“Para vender caro tem que ter um produto. As arenas estão modernas, mesmo com alguns defeitos ainda, mas temos um futebol deficitário e sem qualidade. Outro problema ligado a essa baixa taxa de ocupação é a questão da violência, que é um fator determinante para essa baixa demanda”, cravou Somoggi.

Por outro lado, o consultor de marketing e gestão esportiva frisou que as arenas privadas, nos casos de Atlético, Internacional e Corinthians, têm potencial para se tornarem uma mina de ouro e vão influenciar diretamente no crescimento dos clubes dentro do cenário do futebol brasileiro. “Estádios com 35mil a 40 mil pessoas, com preços mais altos, transformará a realidade desses clubes. As receitas com as arenas serão, ao lado dos recursos oriundos da televisão, a grande geração receita dos times. Esses clubes podem lucrar até R$ 100 milhões por ano, mas terão alguns anos para pagar o estádio, com os empréstimos tomados. Mas depois, eles se tornarão potências incomparáveis dentro do futebol brasileiro”, concluiu Somoggi.

continua após a publicidade