Paulo Baier perdeu o posto de titular no Atlético, mas tem sido o principal incentivador e líder do grupo e para Ricardo Drubscky tem sido seu “titular do segundo tempo”. No jogo com o Boa Esporte, mais uma vez o “Veinho” foi responsável pela virada no placar e a conquista de mais três pontos, mas o “ex-camisa” 10 teve trabalho para colocar ordem na casa na estréia no Janguito Malucelli. Nos vestiários, antes mesmo de entrar, o meia chamou a responsabilidade, mas cobrou os companheiros, sem se preocupar com o tom da voz. O segredo, segundo ele, é manter a postura de líder para arrancar o melhor dos colegas, mas ter saído do banco, ainda que não seja uma posição muito confortável, também é um diferencial.
“No banco você observa o que o time precisa e entra para suprir isso. E no vestiário você dá uns gritos e eles voltam mais atentos. tem que usar a experiência para ajudar o pessoal mais jovem e eles estão respondendo”, afirmou Baier. A bronca, apesar de grande, não assusta, nem mesmo aos que chegaram este ano e começaram a conviver com Baier agora.
“Ele é um líder, chama a atenção, grita, fala o que não está certo e tem toda moral para fazer isso. Às vezes, ele fala de uma forma mais agressiva, mas é importante”, disse Maranhão, que já está acostumado ao estilo Baier de liderar o grupo, que mesmo sob broncas dá tranquilidade a todos. Mas além disso, dá sempre uma cara diferente ao time com a qualidade que acrescenta.
Mas Paulo Baier quer mais que ser apenas líder, o meia tem tentando resgatar sua condição de titular. Assegura que não se incomoda em ficar no banco, mas que gosta mesmo é de começar a partida já escalado. “Eu não gosto da camisa 16, gosto da 10”, brincou o jogador, que espera recuperar seu espaço. “No contrato não está escrito que tenho que ser titular, mas eu sempre busquei ser titular. Respeito os colegas, mas quero ser titular”, reafirmou.
O técnico Ricardo Drubscky, por enquanto, não sinaliza com mudanças quanto à condição atual de Baier. “Eu e o Alberto chamamos ele para conversar e esclarecemos nossa ideia, ele foi muito positivo. Hoje [ontem] tivemos uma resenha antes do treino e ele reafirmou, ratificou a posição dele [de ajudar]. Ele pode vir a vestir a camisa 10 novamente, porque tem bagagem para isso, mas no momento estamos criando alternativas para que ele produza mais”, reforçou Drubscky.
Interino, Drubscky segue “alerta”
Amanhã, contra o Grêmio Barueri, Ricardo Drubscky fará seu oitavo jogo no Atlético e desde que reassumiu o time trouxe sorte e resultados, acumulando sete jogos de invencibilidade com cinco vitórias e dois empates. Mas ainda assim, o treinador não foi efetivado pela diretoria no cargo. Vivendo uma situação um tanto inusitada, sem ser confirmado como interino ou treinador de ofício, Drubscky não se incomoda com isso.
Tendo nas mãos a maior chance de sua carreira ele quer apenas pensar em seguir vencendo, para não correr qualquer risco e sofre pressão apenas de si mesmo. “Eu continuo em alerta, particularmente. Não tem ninguém me pressionando, falando que se perder vou cair ou que preciso mais disso, daquilo”, falou Drubscky. E ficar nesta situação é tratada como normal pelo treinador, que justifica a resposta alegado que todo treinador é interino pela rotatividade que imposta pelo futebol brasileiro.
“Eu não vou trabalhar de maneira interina, mas forte. No futebol brasileiro qualquer treinador é interino porque o cargo é muito volátil (sic)”, afirmou. A estratégia para não se incomodar com a condição é pensar apenas nos adversários. Drubscky prefere não falar muito sobre o assunto, mas gosta de repetir que está se sentindo muito bem. “Se vou conseguir somar muitas vitórias será [pen,sando] jogo a jogo. Estou me sentindo muito a vontade para trabalhar aqui, está bom do jeito que está”, acrescentou o treinador.
