O Bahia mostrou raça e venceu o campeão Cruzeiro, por 2 a 1, em pleno Estádio Mineirão, em Belo Horizonte, pela penúltima rodada do Campeonato Brasileiro. Num jogo que marcou a entrega da taça pelo tricampeonato da equipe mineira e que contou com 48.112 pessoas na torcida, o time baiano foi valente e, com o resultado, afastou qualquer possibilidade de rebaixamento à Série B.

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Os gols do Bahia, que chegou aos 48 pontos ganhos e subiu para a 12ª posição, foram marcados por Marquinhos Gabriel e Anderson Talisca. Vinícius Araújo fez o gol do Cruzeiro, que tem 75 pontos e já tem garantido o título do Brasileirão.

Entre os desfalques para a partida, o Cruzeiro só teve o volante Nilton, com lesão na panturrilha. Já, no Bahia, o técnico Cristóvão Borges não conseguiu contar com o volante Feijão, suspenso por ter sido expulso na última partida; com o zagueiro Lucas Fonseca, com um estiramento no músculo adutor da coxa; e com os atacantes Wallyson, com dores no tornozelo, e Obina suspenso pelo terceiro amarelo. Teve, no entanto, o retorno do volante Fahel, após suspensão por cartão amarelo.

O JOGO – Com menos de 10 minutos de jogo, o Cruzeiro teve uma baixa importante. Tudo porque, aos 3, o meia Ricardo Goulart teve um choque violento contra o goleiro Marcelo Lomba, do Bahia, num lance no qual a partida já estava parada, depois da marcação de impedimento do ataque da equipe mineira.

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O meia cruzeirense até tentou permanecer em campo, mas, com dores no joelho, precisou ser substituído aos 8 minutos. Em seu lugar, entrou o atacante Willian, figura importante da equipe mineira para a conquista do tricampeonato brasileiro.

A primeira grande oportunidade de gol do jogo foi do Bahia. Aos 9 minutos, o centroavante Fernandão chutou rasteiro de fora da área e obrigou o goleiro Fábio a espalmar para fora.

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O Cruzeiro respondeu logo em seguida, aos 12, com Everton Ribeiro. Ele recebeu passe quase na entrada da grande área e mandou um chute perigoso que obrigou Marcelo Lomba a fazer importante defesa, também espalmando para fora.

O jogo era bom e, para surpresa de muitos, o Bahia abriu o marcador aos 14 minutos. Depois de um lindo passe de Wilian Barbio, Marquinhos Gabriel invadiu a área e tocou com categoria para o gol, calando momentaneamente o festivo Mineirão.

Depois do gol dos visitantes, o Cruzeiro, motivado pela torcida, passou a pressionar bastante o Bahia. Os mineiros encurralaram o adversário em seu campo de defesa, mas sem lances agudos de gol.

Aos 26, em um contra-ataque isolado e bem articulado, a equipe nordestina quase ampliou o placar. Num forte chute do meia Anderson Talisca de fora da área, o goleiro Fábio foi obrigado a se esticar todo e espalmar para fora.

Aos 36, a torcida e a equipe cruzeirense reclamaram a marcação de um pênalti que poderia parecer claro para quem estava no estádio. As câmeras de TV, no entanto, deixaram nítida uma simulação do atacante Dagoberto, que se jogou na pequena área, quando tentava se livrar do zagueiro Titi.

Não bastasse a saída prematura do meia Ricardo Goulart, o Cruzeiro teve outra baixa aos 37 minutos. Com dores na perna, Everton Ribeiro foi substituído por Júlio Baptista.

Logo na sequência, aos 39, o Cruzeiro teve incrível chance de empatar, depois que o volante Souza apareceu livre na pequena área e cabeceou. A bola passou raspando a trave e foi para fora.

O jogo seguiu com o Cruzeiro encurralando o Bahia. Aos 49, no último lance do primeiro tempo, a equipe mineira ainda quase marcou numa cobrança de falta de Souza. Ele chutou rasteiro e obrigou Marcelo Lomba a fazer importante intervenção, salvando a equipe visitante.

SEGUNDO TEMPO – Na volta ao segundo tempo, o Cruzeiro mostrou que continuava empenhado em evitar que o Bahia estragasse a sua festa. Logo aos 2 minutos, numa jogada de ataque envolvente, Borges tocou para Julio Baptista, que chutou para fora, mas assuntou a torcida visitante.

Aos 8, na cara do gol, Borges teve excelente chance de empatar. O centroavante, entretanto, chutou também para fora, por cima do gol. O Cruzeiro pressionava e, aos 17, Julio Baptista cabeceou com perigo, obrigando Marcelo Lomba a fazer mais uma importante defesa, espalmando para fora.

A equipe mineira chegou a fazer um gol aos 26 minutos, mas o juiz anulou. Apesar do volante Souza estufar as redes e levar o Mineirão ao delírio, a arbitragem viu impedimento do atacante Dagoberto no lance anterior.

Aos 31, o lateral Egídio arriscou de fora da área. A bola passou raspando o travessão para alívio da torcida baiana.

De tanto pressionar, o Cruzeiro chegou ao gol aos 39 minutos. Depois de cobrança de escanteio, o zagueiro Bruno Rodrigo cabeceou fortemente e Marcelo Lomba defendeu em cima da linha. No rebote, o atacante Vinícius Araújo, que havia entrado no lugar de Borges, empurrou para o gol: 1 a 1, para delírio de quase 50 mil pessoas.

Aos 43, o Bahia quase desempatou, com um chute perigoso de Diones. Em grande defesa, Fábio espalmou para fora.

Quando a torcida cruzeirense já comemorava a vitória no jogo da taça, o Bahia voltou a estragar a festa, aos 44 minutos. Depois de boa jogada do atacante Souza, que havia entrado no lugar do centroavante Fernandão, a bola sobrou para Anderson Talisca chutar meio sem jeito para o gol, mas o suficiente para enganar Fábio e a bola seguir para o fundo das redes.

O Cruzeiro ainda insistiu, mas o valente Bahia conseguiu segurar o placar e afastar definitivamente a ameaça de rebaixamento para a Série B. Após a partida, mesmo com a derrota, a torcida mineira fez grande festa, com a entrega da taça e a volta olímpica da equipe tricampeã do Brasil.

Na próxima rodada, o Cruzeiro tem pela frente o Flamengo fora de casa. O Bahia, por sua vez, receberá, na Arena Fonte Nova, o Fluminense, em jogo que poderá rebaixar a equipe carioca para a Série B.

FICHA TÉCNICA:

CRUZEIRO 1 X 2 BAHIA

CRUZEIRO – Fábio; Ceará, Dedé, Bruno Rodrigo e Egídio; Lucas Silva, Souza, Everton Ribeiro (Júlio Baptista) e Ricardo Goulart (Willian); Dagoberto e Borges (Vinícius Araújo). Técnico: Marcelo Oliveira

BAHIA – Marcelo Lomba; Rafael Miranda, Demerson, Titi e Raul; Fahel, Helder, Anderson Talisca e Marquinhos Gabriel (Diones); Wiliam Barbio (Fabricio Lusa) e Fernandão (Souza). Técnico: Cristovão Borges.

GOLS – Marquinhos Gabriel, aos 14 minutos do primeiro tempo; Vinícius Araújo, aos 39, e Anderson Talisca, aos 44 do segundo tempo.

ÁRBITRO – André Luiz de Freitas Castro (GO).

CARTÕES AMARELOS – Dagoberto (Cruzeiro); Fahel e Souza (Bahia).

RENDA: R$ 2.224.495,00.

PÚBLICO – 47.999 pagantes (48.112 presentes).

LOCAL – Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte (MG).