O Comitê Olímpico Internacional (COI) examinará o caso de doping de Yulia Zaripova para determinar se a atleta russa deve perder a sua medalha de ouro da prova dos 3 mil metros com obstáculos dos Jogos de Londres, em 2012.
Presidente do COI, Thomas Bach disse nesta quarta-feira que a entidade está pronta para “tomar todas as medidas necessárias ” após Zaripova ser suspensa por dois anos e meio pela Agência Antidoping da Rússia na última sexta-feira por violação em seu passaporte biológico.
A agência russa indicou que resultados de 2011 e 2012 de Zaripova devem ser anulados, período que inclui a sua vitória olímpica. “A posição do COI é muito clara”, disse Bach. “Vamos olhar para este caso e, em seguida, a decisão será tomada usando a nossa política de tolerância zero”.
Bach disse que o COI vai estudar o julgamento e as explicações da agência russa antes de abrir processos disciplinares sobre o caso. “Se a sanção diz respeito ao período dos Jogos Olímpicos ou se as sanções atingem o período de classificação, o COI vai tomar todas as medidas necessárias”, acrescentou.
Se Zaripova perder a sua vitória em Londres, a tunisiana Habiba Ghribi, medalhista de prata, herdaria o ouro. A etíope Sofia Assefa migraria do bronze para a prata, com a queniana Milcah Chemos indo do quarto lugar para o terceiro. O ouro do Zaripova se tornaria a quarta medalha olímpica dos Jogos de Londres a ser realocada.
Dos 22 russos que originalmente ganharam medalhas no atletismo na Olimpíada de 2012, seis foram banidos por doping. Uma medalha olímpica – uma prata conquistada por Darya Pishchalnikova – foi realocada.
A Federação de Atletismo da Rússia e a agência nacional antidoping do país foram acusadas de má conduta em um documentário veiculado no mês passado pelo canal de televisão alemão ARD. A federação operaria um programa de doping sistemático, enquanto funcionários da agência foram acusados de encobrir testes positivos. A acusação está sendo investigada pela Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) e pela Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF).
A suspensão do Zaripova é retroativa a julho de 2013 e expira em 24 de janeiro de 2016. Isso a deixaria elegível a competir na Olimpíada do Rio no ano que vem. Ela é um dos vários atletas russos que foram suspensos por doping nas últimas semanas.
Na última sexta-feira, quem também acabou sendo punida foi a medalhista olímpico de bronze do heptatlo Tatyana Chernova. Ela testou positivo para o esteroide proibido oralturinabol por uma amostra do Mundial de Atletismo de 2009 que foi testada novamente. Antes, cinco atletas russos da marcha atlética foram punidos, incluindo três campeões olímpicos.
“Por um lado, isso mostra que a Rússia leva essa luta contra o doping a sério”, disse Bach. “Por outro lado, nós vamos ter que esperar o resultado do inquérito da Wada e da IAAF sobre o que pode ter acontecido ou não no esporte russo”.