Nem Wellington Cirino (Mercedes), nem Djalma Fogaça (Ford). O vencedor da nona e última etapa do Brasileiro de Fórmula Truck, disputada ontem no Autódromo de Curitiba foi o paulista Vignaldo Fizio (Mercedes), que subiu no degrau mais alto do pódio pela segunda vez em sua carreira. Acostumado a disputar as posições intermediárias, Fizio, que pilota um caminhão preparado na mesma oficina do campeão da temporada, Wellington Cirino, conseguiu boas colocações este ano, andando sempre entre os dez melhores da categoria. Ontem a história foi diferente. Numa corrida cheia de alternativas, Fizio declarava antes da largada que iria poupar equipamento para atacar no final. A tática deu certo, mas o paulista Renato Martins (Volkswagen) quase estraga a festa, chegando em segundo, pressionando muito o líder. Com a colocação, Renato, maior vencedor da história da categoria, conquistou o vice-campeonato da temporada. Em oito anos de Fórmula Truck, Martins conquistou cinco vice-campeonatos, além do título de 1996.
A prova foi cheia de alternativas. Largando da pole, o campeão antecipado, Cirino, não conseguiu suportar a pressão imposta por Beto Monteiro, que assumiu a liderança na sexta volta. Cirino começou a sentir problemas de pressão hidráulica em seu caminhão, que prejudicaram sua prova. Enquanto isso, Roberval Andrade era terceiro com Fogaça em quarto. Renato Martins vinha em quinto a frente de Vignaldo Fizio e Jonatas Borlenghi (Volkswagen). Com a penalização imposta a Fogaça, por queima de radar, Renato encostou e passou a pressionar Roberval, alternando a posição com o atual campeão da Truck.
Beto Monteiro liderava a prova com folga na passagem da 12.ª volta, onde é dada a bandeirada programada e acionado o pace-truck. Na relargada, Roberval se aproveitou do reagrupamento do grid para pressionar o líder. Mas o excesso de vontade prejudicou a prova dos dois. Roberval forçou a ultrapassagem na lenta curva do pinheirinho, batendo no líder, que teve a parte dianteira da carenagem avariada. Enquanto os líderes se batiam, Cirino voltou à ponta, mas por pouco tempo. No final da 14.ª volta, Roberval voltou à liderança, enquanto Fogaça e Neno Borlenghi (Volkswagen) se tocavam, com prejuízo maior para Borlenghi, o melhor estreante do ano, que acabou a corrida na caixa de brita. Fogaça disparou: “Foi coisa de principiante, ele não precisava fazer isso. Se o Neno me bateu para ajudar o Renato a ser vice-campeão; bom, nem quero pensar nisso. O Neno é um menino cabeça boa e vai ver que as coisas não se decidem assim”, insinuando que o piloto da Volkswagen poderia ter batido de forma deliberada. Neno preferiu não polemizar: “Foi uma batida de corrida, é só ver a imagem. O Fogaça abriu e eu enfiei por dentro, quando ele me viu, trouxe de volta e o choque foi inevitável. Levei a pior, mas mesmo assim insisto e entendo que é coisa de corrida”, declarou o melhor estreante da temporada 2003 da Truck. Novamente o pace-truck neutralizou a corrida, para que o Volkswagen de Neno pudesse ser resgatado.
Na relargada, o penalizado Roberval liderou até ser obrigado pela direção de prova a fazer um “drive thru”. Monteiro voltou à liderança, com Cirino em segundo, Fizio em terceiro, Fogaça em quarto e Renato Martins em quinto. Débora Rodrigues (Volkswagen), numa excelente prova de recuperação, ocupava a sexta colocação.
Na 21.ª volta, Cirino saiu da briga por falta de pressão hidráulica no caminhão Mercedes, ao mesmo tempo em que “Vig” Fizio assumia a ponta. Faltando oito voltas para o final, foi a vez de Vignaldo Fizio e Renato Martins colherem o fruto de poupar o equipamento no início da prova, ocupando as duas melhores posições na pista. Renato pressionou o líder por seis voltas, mas apesar de ser mais rápido na parte mista, não conseguiu realizar a ultrapassagem e vencer pela segunda vez em 2003: “A estratégia foi quase perfeita. Faltou pouco. Mas estou feliz por ter conquistado o vice-campeonato e feliz também pela vitória do “Vig”, que é uma excelente pessoa e um piloto muito querido por todos aqui na Truck”, afirmou Martins no pódio de Curitiba.
Débora Rodrigues fez uma boa prova, largando em 13.º e fechando as 32 voltas da corrida na oitava posição.
