Avaliação coxa: precisa melhorar muito

Daqui para frente, as coisas serão até mais difíceis. Sem ter enfrentado os melhores times do campeonato brasileiro, o Coritiba vai encarar equipes do nível do São Caetano, adversário que o derrotou na quarta por 1 a 0. Por isso, o que aconteceu no ABC paulista serve de trailer para as próximas partidas, a partir do jogo contra o São Paulo, na próxima terça.

E significa, principalmente, que o Cori vai precisar melhorar em relação à atuação de quarta – uma das mais fracas da equipe no brasileiro. “Acho que a gente teve um rendimento bem pior do que já apresentamos durante a competição. Não houve aproximação, erramos mais passes que o normal, e havia dificuldade para acertar a marcação”, explica o técnico Paulo Bonamigo.

Com a dificuldade técnica, o Cori não conseguiu fazer justamente o que gostaria de fazer, que era impor-se taticamente. “Nós só conseguimos fazer isso no final do jogo. Durante o primeiro tempo, fomos envolvidos pelo São Caetano”, concorda o treinador alviverde, lembrando o fato de a equipe mal ter chegado ao ataque na primeira etapa, só conseguindo em uma cobrança de falta de Lúcio Flávio.

Outro problema fundamental para a queda de rendimento do Cori foi a prematura lesão de Reginaldo Nascimento, que torceu o joelho aos dez minutos. Com a saída do volante, Bonamigo se viu obrigado a mexer na defesa e no meio, fazendo com que a equipe tivesse que recuar Wil-lians, Roberto Brum e Lima para recompor o setor. Assim, Da Silva ficou isolado na frente. “A bola não chegava nunca”, resume o atacante.

O único momento de domínio coxa foi após a entrada de Jabá. “E quando estávamos bem, acabamos sofrendo o gol”, lamenta Bonamigo. A reclamar ainda o pênalti sobre o pequenino atacante não marcado por Luciano Augusto Almeida. “Parece que é difícil marcarem pênaltis a favor do Coritiba”, reclama o volante Roberto Brum. “Eu nunca iria querer me jogar na área com a bola dominada e na cara do gol. Eu não sei o que o juiz pensou”, desabafa Jabá.

Lesionados

A enfermaria anda lotada. Com a lesão de Reginaldo Nascimento (torção de joelho), são três os titulares contundidos: além dele, Reginaldo Araújo (dores na perna direita) e Tcheco (lesão muscular na coxa). Eles realizaram trabalho diferenciado ontem, e vão continuar em tratamento nos próximos dias. Apesar disso, os três devem jogar contra o São Paulo.

Allan ganha passe e arruma problema

A novela ainda não acabou. Apesar de o zagueiro Allan ter sido apresentado na quarta como reforço do Botafogo, o Coritiba aguarda o julgamento da causa na Justiça do Trabalho. Beneficiado por uma liminar, o jogador reapareceu, jogando por terra uma série de especulações sobre seu paradeiro nos últimos dias. Alguns chegaram a dizer que ele estava do outro lado do mundo.

Sumido há quase dois meses, Allan buscou na Justiça seus direitos, e conseguiu uma liminar que o permitia atuar em qualquer equipe enquanto o processo que o libera em definitivo do Coritiba (por causa de falta de pagamentos de FGTS sobre direito de imagem) continua tramitando. “Nesse caso, o ônus da prova cabe ao acusado”, explica o secretário coxa (e advogado) Domingos Moro.

Quer dizer: se Allan reivindica o passe por não ter recebido direitos trabalhistas, quem está obrigado a apresentar em juízo os dados necessários é o Coritiba. No caso, a diretoria coxa garante que a explicação é simples e cada vez mais natural no futebol brasileiro. “Nós pagamos um salário na carteira de trabalho, e ele constituiu uma empresa em que se paga o direito de imagem”, afirma Moro. Como em pagamentos de empresa para empresa implica apenas em dedução de impostos, o Coritiba alega que o FGTS exigido por Allan não existe.

Enquanto isso, o zagueiro já trabalha com Ivo Wortmann em Caio Martins. Ele estava passando por um período de testes em uma equipe da segunda divisão francesa – fato que precipitou a crise e o sumiço de Allan, já que a direção do Cori não aceitara liberar o jogador. Mas como ninguém próximo de Allan informava onde ele andava, falou-se de tudo: que ele estaria na Alemanha, na França, na Espanha e até no Japão. No final das contas, ele está bem mais perto do que muitos imaginavam – e jogando. (CT)

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