O Genoa corre o risco de ter que disputar várias partidas como mandante com os portões do seu estádio fechados, mas as autoridades do futebol pedem medidas ainda mais drásticas após os protestos da torcida durante a derrota por 4 a 1 para o Siena, no último domingo.
Este foi o mais recente incidente com torcedores em partidas do Campeonato Italiano. Assim, Giovanni Petrucci, presidente do Comitê Olímpico Italiano, reconheceu nesta segunda-feira que a situação “já é irremediável”.
A partida de domingo com o Siena foi paralisada por cerca de 45 minutos no início do segundo tempo, quando os torcedores do Genoa jogaram fogos de artifício, subiram nos alambrados e protestaram. Com a equipe perdendo por 4 a 0, os jogadores ainda foram obrigados a retirar as camisas, por não serem dignos de vesti-las, na opinião dos torcedores.
“Banir o estádio não é o suficiente, temos de parar estes delinquentes que estão prejudicando o futebol e o Genoa”, disse Maurizio Beretta, presidente da Série A, responsável pela organização do Campeonato Italiano.
Presidente da Federação Italiana de Futebol, Giancarlo Abete declarou que os jogadores não deveriam ter aceito as exigências dos torcedores, mas Enrico Preziosi, presidente do Genoa, avaliou que os jogadores tirarem as camisas “para evitar que algo pior acontecesse”. “Eles estavam jogando fogos de artifício e pequenas bombas em campo”, disse Preziosi. “Essas 60, 70 pessoas não são torcedores, eles são apenas delinquentes organizados”.
O Genoa tem apenas mais dois jogos como mandante nesta temporada, contra o Cagliari, em 2 de maio, e o Palermo, no dia 13. A derrota deixou o time apenas um ponto acima da zona de rebaixamento, e provocou a queda do técnico Alberto Malesani, demitido pela segunda vez nesta temporada.
A polícia já começou uma investigação para identificar os torcedores envolvidos, com possíveis acusações que incluem danos à propriedade pública, violência e interrupção de um evento esportivo. Os últimos protestos aconteceram apenas uma semana após todas as partidas no país serem cancelados em virtude da morte de Piermario Morosini em um jogo da segunda divisão italiana.
“Eu não tenho certeza que as pessoas percebem o que está acontecendo com parte do futebol no mundo”, disse Petrucci. “Uma semana atrás tivemos um drama e houve dedicação, mas ontem parecia que nada tinha acontecido. Nós mostramos como você pode arruinar o melhor show do mundo”.