Pela primeira vez na história o dérbi de Campinas vai reunir dois clubes com 100 anos de vida. Por isso, está sendo chamado de “Dérbi do Centenário”. Mas a morte de um torcedor, ocorrida na segunda-feira, criou um clima muito pesado e que está mobilizando toda a sociedade. Autoridades e políticos, reunidos nesta terça-feira, prometeram empenho para transformar o duelo num jogo de muita paz e sem violência. O dérbi está confirmado para sábado, no Estádio Moisés Lucarelli, pela 15.ª rodada do Campeonato Paulista.

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Esta foi a conclusão tirada da Audiência Pública promovida no Salão Azul da prefeitura, sob o comando do prefeito Pedro Serafim (PDT) e de Thiago Ferrari (PTB), presidente da Câmara Municipal. Do encontro participaram 12 vereadores, mais de um terço da Casa, além dos presidentes dos dois rivais e autoridades policiais – civil, militar e guarda municipal – além de representantes do Corpo de Bombeiros, da Emdec, que cuida do trânsito, da SETC, que mexe com os ambulantes, e da Defesa Civil.

“Nós temos a obrigação de levar uma palavra de paz para a nossa sociedade. Esporte é um lazer, que deve ser sadio”, afirmou o prefeito. Para Thiago Ferrari “as duas torcidas não podem ser penalizadas por 20 ou 30 maus elementos que se misturam nas torcidas organizadas”.

Depois de duas horas de discussão, Pedro Serafim manteve a pauta aberta e prometeu uma nova reunião para esta quarta-feira, de portas fechadas, com as entidades e autoridades. “Nosso objetivo é dividir a responsabilidade em torno deste evento que deve engrandecer a cidade e não manchá-la com fatos lamentáveis como esta morte estúpida”.

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PROPOSTAS DIFERENTES – O presidente do Guarani, Marcelo Mingone, voltou a pedir para que o dérbi fosse realizado fora de Campinas ou adiado para outra data alegando “não haver clima de paz”. A ideia, porém, foi rechaçada pelo presidente da Ponte Preta, Márcio Della Volpe, argumentando que “a briga pode acontecer aqui ou lá fora, porque vivemos um grave problema social que deve ser enfrentado”.

O experiente tenente-coronel Nelson Coelho, do 35.º Batalhão da Polícia Militar garantiu que haverá segurança no estádio e em suas imediações. “Não podemos prejudicar os bons torcedores, que são maioria, por uma pequena parcela de maus torcedores”, alegou. Coelho lembrou que há um mês trabalha no esquema de segurança, que vai envolver perto de 500 pessoas. Entre elas, policiais militares, civis e da guarda municipal, além de funcionários da Emdec (trânsito) e Setec (ambulantes). E contando ainda com apoio da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros.

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