Quase catorze anos depois de Gustavo Kuerten, o Brasil novamente tem o líder de um ranking mundial no tênis. Nesta segunda-feira (02), a Associação dos Tenistas Profissionais (ATP) atualizou a lista e, conforme já se sabia previamente, Marcelo Melo assumiu a ponta em duplas.
Com três títulos seguidos, o brasileiro não só aparece em primeiro lugar como tem boa folga sobre os antigos líderes. A liderança já estava assegurada desde a sexta-feira da semana retrasada, quando Marcelo Melo chegou à semifinal do Torneio de Viena, na Áustria – depois, seria campeão ali.
Mas ela só se efetivou nesta segunda-feira porque foi quando a ATP deixou de considerar os resultados do Masters 1000 de Paris, no ano passado. Como o torneio francês começa nesta semana e distribui mil pontos aos campeões, a liderança de Marcelo Melo pode durar apenas sete dias, mas isso é improvável.
O brasileiro tem 8.390 pontos, contra 7.540 de cada um dos irmãos Bob e Mike Bryan, dos Estados Unidos, que formam a dupla mais vitorioso da história, com 109 títulos. Desde 2005, em poucas ocasiões os gêmeos Bryan, de 37 anos, deixaram a liderança.
Neste ano, entretanto, apresentaram uma queda de rendimento, chegando a apenas uma final de Grand Slam. Em eventos da série Masters 1000, foram três títulos até aqui. Enquanto isso, Melo, de 32, vive a melhor temporada da carreira.
Ele venceu um Grand Slam pela primeira vez em Roland Garros (batendo exatamente os norte-americanos na final) e cresceu de rendimento quando o seu parceiro fixo, o croata Ivan Dodig, resolveu tentar recuperar o ranking de simples e se afastar dos torneios de duplas.
Desde então, Marcelo Melo não perdeu. Com o sul-africano Raven Klaasen, Melo ganhou ATP 500 de Tóquio (Japão) e o Masters 1000 de Xangai (China). Depois, ao lado do polonês Lukas Kubot, faturou o ATP 500 de Viena. Nesta semana, o brasileiro retoma a dupla com Dodig, quarto do ranking mundial, para jogar o Masters de Paris.
Melo/Dodig folga na primeira rodada e estreia contra quem vencer o confronto entre Andy Murray/Colin Fleming, da Grã-Bretanha, e a dupla formada por Bruno Soares e o austríaco Alexander Peya.
Soares, aliás, também subiu no ranking. Campeão na Basileia (Suíça) com Peya, ele ganhou três posições e alcançou o 21.º lugar, com 3.290 pontos. Eles estão em nono no ranking de duplas, com 3.330 pontos, contra 3.455 da parceria Rohan Bopanna (Índia)/Florin Mergea (Romênia).
Esses dois times disputam a última vaga no ATP Finals, que vai acontecer em Londres. Bopanna/Mergea estreia contra uma dupla colombiana e, teoricamente, tem caminho mais aberto em Paris. Se tanto Bopanna/Mergea quanto Soares/Peya avançarem, se enfrentam nas quartas de final para decidir quem vai a Londres.
Outros dois brasileiros estão entre os 100 melhores em duplas: André Sá perdeu uma posição e é o 42.º, enquanto Marcelo Demoliner ocupa o 75.º lugar, tendo subido um posto esta semana.