Item mais polêmico na reforma e ampliação da Arena da Baixada, que vai receber quatro jogos da Copa do Mundo, a demora na entrega de parte das cadeiras do estádio atleticano adquiridas junto a empresa Kango Brasil, que pertence a Mário Celso Keinert Petraglia, filho do presidente rubro-negro Mário Celso Petraglia, prejudicou diretamente o andamento das obras do Joaquim Américo. A falha na fabricação do último lote das cadeiras comprometeu a realização do jogo-teste com a capacidade total de 43 mil pessoas marcado pela Fifa para o dia 14 de maio e, a partida deverá ser restrita para 30 mil torcedores.
Assim, diferentemente do que pretendia o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, durante a última visita à Arena da Baixada, no dia 22 de abril, o estádio atleticano deverá receber mais um jogo-teste antes do dia 22 de maio, quando a entidade máxima do futebol mundial recebe as chaves do Joaquim Américo. A partida deve ser agendada entre os dias 18 e 21 de maio, para 43 mil torcedores, capacidade total do estádio, como é exigido pela Fifa. “Ainda está em discussão se será realizado um ou dois jogos-teste. Se for dois, um acontece no dia 14 para 30 mil pessoas e outro depois. Se tudo der certo, neste dia acontece o evento com capacidade total”, frisou o diretor de construção do Atlético, Luiz Volpato.
Para agilizar a entrega do estádio totalmente concluído e tentar colocar todas as cadeiras a tempo da realização do primeiro jogo-teste e evitar que um segundo evento seja feito as pressas e dias antes da entrega do estádio para a Fifa, Luiz Volpato garantiu que todas as peças das cadeiras já chegaram na Arena da Baixada e que os assentos serão montados na própria obra. “O ritmo está bom e, em relação ao último cronograma está evoluindo bem. De acordo com nosso plano de ação, a montagem das cadeiras está sendo feita dentro da própria obra para ganhar tempo. Todas as peças já chegaram e acreditamos que no dia 5 de maio todas as cadeiras estarão colocadas no estádio”, detalhou o engenheiro.
Repetição
E não foi apenas a Arena da Baixada que sofreu com o atraso da entrega das cadeiras. A Kango Brasil, que venceu a licitação para ser responsável pelos assentos da Arena Pantanal, em Cuiabá, também não honrou seus compromissos com o estádio da capital mato-grossense. De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual da Copa do Mato Grosso, as cadeiras já estão produzidas e faltam cerca de oito mil assentos para serem colocados no estádio. Entretanto, os representantes do Mundial do Estado não explicaram o motivo do atraso da demora desta frente de trabalho.
Antes disso, porém, as polêmicas foram muitas. O Ministério Público do Mato Grosso, suspeitando de superfaturamento no contrato firmado com a Kango Brasil, investigou a operação e o repasse do dinheiro para pagar a empresa do filho de Mário Celso Petraglia chegou a ser suspenso.
CPI
A contratação da empresa do filho do presidente atleticano e uma denúncia de irregularidades no contrato feita pelo ex-vice-presidente do Atlético, José Cid Campêlo Filho, resultaram na instauração de uma CPI na Assembleia Legislativa do Paraná no final de 2012, mas que acabou em pizza.
Problemas
As justificativas para o atraso na entrega das cadeiras não foram confirmadas pela empresa. Enquanto o Atlético, através da diretoria de construção, informou apenas que houve falhas no processo de fabricação, a informação repassada aos representantes dos poderes estadual e municipal dá conta que houve um problema no molde que engessava o plástico. Por isso, um novo molde precisou ser trazido do exterior. Por outro lado, nos bastidores circula a informação que a Kango Brasil precisou terceir,izar a fabricação das cadeiras em uma empresa de Joinville.