Um ouvidor, seguro de responsabilidade civil, a colocação de um prisma na entrada do estádio com informações sobre o regulamento e a programação de provas e ambulâncias para o público que comparecer ao Ibirapuera estão entre as providências adotadas para a realização do XXII Troféu Brasil Caixa de Atletismo, que começa amanhã e vai até domingo, na nova pista do Ícaro de Castro Mello, com entrada franca. A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e a Secretaria de Estado da Juventude, Esportes e Lazer de São Paulo decidiram cumprir as normas do Estatuto do Torcedor, ainda que tenham a informação de que o regulamento só se aplica ao futebol.
A pista, a primeira do País certificada como de classe 1 (segue os melhores padrões de qualidade), foi construída pela Bolsa de Mercadorias & Futuros e será “apresentada” hoje, em evento marcado para o Ibirapuera.
O Troféu Brasil, que existe desde 1945, vai reunir 700 atletas de 88 clubes e 16 estados e marca a inauguração do novo piso e a volta do evento para São Paulo, após uma ausência de 11 anos. “Com o novo Ibirapuera, queremos manter a edição anual do Troféu Brasil na cidade e também fazer uma etapa do Grand Prix”, afirmou o secretário estadual de Esportes, Lars Grael.
O Troféu Brasil foi apresentado oficialmente ontem, bem como a renovação de contrato de patrocínio entre a Confederação Brasileira de Atletismo e a Caixa Econômica Federal, de R$ 3,35 milhões este ano.
Quanto ao Estatuto do Torcedor, Lars Grael disse que hoje, da forma como está redigido, depende de interpretações. “O Ministério dos Esportes está interpretando como sendo específico para o futebol. O estatuto fala em estádio para mais de 20 mil pessoas e em eventos com cobrança de ingressos. No Brasil, hoje, esse tipo de evento só ocorrem no futebol, no Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1 e no GP de Motovelocidade.”
O estádio de atletismo do Ibirapuera tem capacidade para 12 mil pessoas. Mas Lars Grael revela que o projeto de modernização do complexo do Ibirapuera contempla adaptações às normas do Contru, que, na verdade, atendem ao estatuto quanto a conforto e segurança do torcedor.
“Pelo que eu sei, o estatuto é mais voltado ao futebol. Pelo menos é o que informou o ministro dos Esportes”, afirmou o presidente da Confederação Brasileira de Atletismo, Roberto Gesta de Mello. “O estatuto fala, no fim, que a lei só se aplica aos esportes profissionais. Mas acho que seria preciso adequar a lei a todos os esportes”, afirma Martinho Nobre dos Santos, secretário-geral da CBAt, acrescentando que todas as competições internacionais, ou de grande porte, organizadas pela entidade, têm seguro de responsabilidade civil, por exemplo.
O dirigente da CBAt também disse que o ouvidor do Troféu Brasil será o advogado Thomaz Matos de Paiva, com endereço na internet: ouvidoria@cbat.org.br
Preparação visa ao pan de 2007
No lançamento oficial do Troféu Brasil, Roberto Gesta de Mello anunciou um projeto de desenvolvimento do atletismo nacional, visando a bons resultados nos Jogos Pan-Americanos de 2007, que serão realizados no Brasil. “Vamos centrar ações para que o pan sirva para mostrar ao mundo a capacidade de organização e também técnica do esporte brasileiro.”
Além de desenvolver talentos, o presidente da CBAt planeja organizar em várias cidades do País, em 2007 – como aquecimento para o pan -, os Jogos Sul-Americanos Juvenil e Adulto, o Pan-Americano Juvenil e o Mundial de Menores (que este ano será em Sherbrooke, na Inglaterra, e em 2005, na cidade de Marrakesh, no Marrocos).
“O atletismo é o único esporte definido como A nos Jogos Olímpicos, o mais importante, até pela tradição – o primeiro registro de uma prova olímpica, de 776 antes de Cristo, é de uma prova de atletismo. Por isso, acho importante em uma prova internacional em casa, como o pan, termos um bom desempenho”, explicou Roberto Gesta de Mello.