Um dia de glória, que nunca mais será esquecido, especialmente pelo goleiro Weverton, do Atlético. Ele foi o nome da decisão da medalha de ouro no futebol masculino nas Olimpíadas do Rio. Depois de 120 minutos de bola rolando e a persistência do empate por 1×1 no placar, a decisão foi para as cobranças de pênaltis. Tanto os jogadores do Brasil quanto da Alemanha foram acertando um atrás do outro, com os goleiros chegando perto de defender, mas sempre vendo a bola balançar a rede. Até que o placar marcava 4×4 nas penalidades, parte para cobrança o atacante Petersen. Ele colocou a bola na marca, tomou distância e bateu. Foi aí, que brilhou a estrela de Weverton. Ele pegou o pênalti e depois viu Neymar marcar o quinto do Brasil e garantir a inédita e tão sonhada medalha de ouro.
Weverton é um campeão olímpico bem brasileiro. Nascido no Acre, no extremo norte (e pobre) do Brasil, fez o que muitos dos seus conterrâneos fizeram nas décadas anteriores – foi tentar a sorte no “Sul Maravilha”. Chegou em São Paulo, brilhou em Curitiba e se consagrou no maior templo do futebol mundial. O garoto que saiu de Rio Branco é campeão olímpico, vestindo a camisa 1 da seleção brasileira no Maracanã. E é o representante do futebol paranaense nessa conquista.
É claro que quando chegou ao Atlético, no meio da Série B de 2012, não se imaginava que Weverton viraria a principal referência do clube, um ídolo incontestável, titular absoluto e convocado para a seleção. No início, era mais um que chegava em meio a uma campanha pra lá de irregular. Era mais um desafio para o goleiro que passou pela base do Corinthians, mostrou serviço na Portuguesa e agora partia para um dos grandes do futebol brasileiro.
A identificação foi rápida. Suas defesas espetaculares e o senso de liderança empolgaram o torcedor. De 2012 até agora, ele foi absoluto, o dono da camisa 12 – simbólica junção entre um número usado por um goleiro e também para homenagear a torcida. No nosso futebol, onde pouca coisa nos orgulha constantemente, Weverton é dos raros jogadores respeitados por todas as torcidas. E talvez por isso, o jogador passou a ser um defensor do futebol paranaense. Uma posição não da boca pra fora, mas constatada por quem já conversou com ele.
Faltava a consagração nacional. Ela veio aos trancos e barrancos. Já era considerado um dos destaques no futebol brasileiro, mas não a ponto de ser especulado para a seleção brasileira. Tanto que a convocação de Fernando Prass para a Olimpíada não foi contestada. O corte do veterano abriu a vaga para Weverton – surpresa para muitos, não para gente.
Com a pressão de ser um dos maiores de 23 anos na seleção olímpica e uma certa desconfiança da maioria, o agora camisa 1 estreou contra a África do Sul. Até a semifinal contra Honduras, praticamente não foi exigido. Mas fez duas defesas importantes diante dos hondurenhos, e também foi importante na final deste sábado (20) com a Alemanha. Quando foi preciso, Weverton estava lá. Agora escreve seu nome na história do futebol brasileiro. O próximo passo parece bem mais próximo – virar o titular da seleção de Tite nas Eliminatórias da Copa do Mundo. E, por que não, na Copa do Mundo de 2018. Pra quem tem a trajetória de vida de Weverton, nada é impossível.