Depois de muito tempo, Walter apareceu em uma entrevista coletiva. O atacante já tinha voltado a dar entrevistas nos últimos jogos, mas desta vez foi conversar com os repórteres e repetiu a sinceridade de sempre. Falou do jejum de gols, da recuperação do time, da confiança em conseguir a classificação para a semifinal da Copa Sul-Americana. E também foi elogiado por Cristóvão Borges – sinal claro de que os problemas do Fluminense ficaram mesmo para trás.
Após sete partidas sem marcar, o camisa 18 foi decisivo na vitória sobre o Fluminense. Mas Walter garante que a preocupação pela falta de gols não era tão grande. “Eu me cobrava muito, é do meu jeito, mas estava com a consciência tranquila, porque estava voltando de lesão”, disse o centroavante, em entrevista à RPC. “Disse pra ele ficar tranquilo que o gol ia sair e vão sair outros mais”, relatou Cristóvão.
Realmente saiu, e foi dedicado à filha Catarina, de seis anos. “Ela é uma vencedora. Minha filha nasceu de seis meses em Portugal, e ela sempre me traz alegria. Quando chego em casa bravo depois do jogo ela me acalma. O torcedor pensa que a gente não sofre, mas os jogadores sentem muito as derrotas, o grupo estava muito triste. Tudo que eu faço é para ela”, comentou.
Cobranças
Sobre a pressão da torcida, Walter foi direto. “Nosso melhor momento foi com a torcida apoiando, e nosso pior momento foi com a torcida cobrando. A torcida ajuda muito e tem que ir para apoiar. O torcedor grita o nome dos jogadores de 2001, nada contra eles, mas é passado. Quando chego na Arena e a torcida não grita meu nome eu sinto falta”. O atacante se preocupa ainda mais com os companheiros mais jovens. “Nosso time sente as cobranças, são jogadores de 19, 20 anos. É muito difícil jogar. O torcedor tem que ter um pouco de paciência”, pediu.
Papel de quem comanda dentro de campo esse grupo jovem. “O Walter por si só impõe essa liderança, ajuda bastante a equipe. Ele trabalha muito, é muito compenetrado, mas dentro do grupo é bem divertido e todos gostam dele. É muito engraçado, descontraído, ajuda bastante no ambiente”, elogiou Cristóvão Borges. Sobre o jogo de hoje, um aviso – para a torcida e para os adversários. “Vou fazer um baita jogo”.
Time com três volantes
Cristóvão Borges está satisfeito. Pela primeira vez ele terá quase todo o elenco à disposição para montar o melhor Atlético para enfrentar o Sportivo Luqueño. À exceção de Deivid, que está machucado e nem viajou ao Paraguai, o treinador tem as opções que queria para a decisão da vaga para a semifinal da Copa Sul-Americana. Claro que ele aproveitou o fato e não confirmou o time, mas a tendência é que o time que teve o melhor rendimento no comando de Cristóvão seja o utilizado em Luque.
E é o time do segundo tempo da partida contra o Fluminense. “Sofremos bastante no primeiro tempo, mas depois com as mudanças jogamos muito bem”, admitiu o técnico rubro-negro, em entrevista à RPC. O time tem como diferença principal a entrada de três volantes – além dos normalmente titulares Otávio e Hernani, o ‘novo’ titular Bruno Pereirinha. Improvisado no meio desde o jogo de ida contra o Sportivo, o português agradou e deve continuar na equipe. “Ele é um jogador de muita qualidade, tem bom conhecimento tático, experiência. Ele tá contribuindo bastante para esse momento”, elogiou Cristóvão.
A defesa, que voltou a render bem nas últimas partidas – é a melhor da Sul-Americana, e e,stá ainda invicta na competição -, está mantida. “O pensamento que sempre entramos é este: não sofrer gols. Neste jogo, mais uma vez, se não sofrermos gols conquistaremos esta vaga”, afirmou Kadu.
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