Paz selada?

Ultras e Fanáticos se acertam, mas time e PM querem ver na prática

Talvez seja a notícia mais forte deste início de ano no Atlético – um ano que começou com diretoria nova, postura diferente com torcida e imprensa, time reforçado e três vitórias em três jogos por Primeira Liga e Campeonato Paranaense. Mas o acordo de paz entre as organizadas Ultras e Fanáticos, caso realmente seja para valer, marca uma nova fase no clube. Por mais que todos torçam pelo sucesso da trégua, ainda há muita gente com o pé atrás.

Manchadas por extenso histórico de violência, as torcidas Os Fanáticos e Ultras garantem que selaram um acordo de paz no início de 2016. As negociações para a suposta trégua começaram no período de eleições presidenciais do Furacão, em dezembro do ano passado.

Vencedor do pleito, o presidente Luiz Sallim Emed elogia o possível fim da rivalidade. Mas admite o temor de que um episódio isolado coloque fim ao armistício. “Vamos ter de acabar com esses conflitos. Se algum membro sair do prumo, que eles possam identificá-lo. Pedimos que houvesse esse entendimento, mas o clube não participou do acordo”, explica o mandatário.

Na estreia do Atlético no Estadual, integrantes de ambas as organizadas viajaram pacificamente para acompanhar a vitória sobre o Operário, em Ponta Grossa. Já no triunfo sobre o Maringá, no Janguito, faixas das torcidas foram vistas estendidas lado a lado no estádio.

Histórico

Fundada em 1992, a Ultras surgiu como uma dissidência da Os Fanáticos, criada em 1977. Por causa do longo histórico de confrontos entre as facções, desde 2011 a Ultras foi proibida pela diretoria do Atlético de entrar nos jogos na Baixada. Em contrapartida, a torcida entrou na Justiça para exigir a liberação de acesso. A batalha judicial, no entanto, pode terminar caso a trégua com a Fanáticos seja concretizada.

Garantia

Os presidentes garantem que o período de rivalidade e inimizade chegou ao fim. E, apesar de admitirem a dificuldade de monitorar todos os seus integrantes, prometem que possíveis envolvidos em confusões serão expulsos das entidades. “Há muito tempo a gente vem conversando com os membros mais antigos das torcidas e agora vamos somar. São muitos anos de violência já”, explica Adilson Pereira, presidente da Os Fanáticos. “Essa aproximação já era necessária faz tempo. Teve gente que não gostou do acordo e está afastada. Mas essa gente para nós não interessa”, reforça Fabiano Soares, número um da Ultras.

Polícia

Delegado titular da Delegacia Móvel de Atendimento a Futebol e Eventos (Demafe), da Polícia Civil, Clóvis Galvão faz a ressalva de que o discurso deve ser comprovado na prática. E garante: os organizados continuarão a ser observados de perto. “Ficamos na expectativa de que o acordo prospere, será importante para a cidade. Agora, se não vingar, a polícia vai tomar as providências necessárias. Vamos separar o joio do trigo”, reforça.

Fatos! Mafuz solta o verbo sobre o Atlético!

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