Por força de regulamento ou as vezes apenas “mística”, todos os times têm um capitão. Não é incomum que existam mais de um no plantel, já que uma braçadeira de pano não é suficiente para identificar as lideranças que surgem por aí. No Atlético não é diferente e o goleiro Weverton cumpre muito bem esse papel. Contudo, é alguém com patente bem mais elevada que comanda o sistema defensivo rubro-negro: o ‘General’.
O apelido dado pela torcida atleticana ao zagueiro Thiago Heleno deixa clara a importância que o jogador tem, não só para a equipe, mas também para a história recente do Furacão. Embora não tenha conquistado números inquestionáveis, o bom desempenho em apenas uma temporada foi suficiente para que ele se candidatasse a preencher uma lacuna de ídolos da bola já existente no CT do Caju.
O vínculo curto, com final previsto no último dia deste mês, deixa a torcida apreensiva e as tentativas de ampliação de empréstimo ou mesmo compra dos seus direitos econômicos ainda não surtiram o efeito esperado. Contudo, a corrente dos rubro-negros pela permanência do General segue forte. A expectativa de gente muito próxima a ele é de continuidade, sem que outro destino se apresente como opção.
Em 51 jogos com a camisa atleticana, Thiago Heleno foi titular absoluto em 48 delas, começando e terminando os 90 minutos regulamentares de jogo. O retrospecto é de 25 vitórias, 12 empates e 14 derrotas. Ao lado de Paulo André, o General foi a base da defesa menos vazada do Brasileirão, com apenas 32 gols tomados em 38 jogos, mesmo desempenho da zaga do campeão brasileiro Palmeiras.
Além de um zagueiro parrudo, Thiago Heleno também é muito técnico. Difícil ver o jogador em lances típicos de zagueiros brucutus. No período em que vestiu a camisa atleticana, recebeu apenas nove cartões amarelos e não foi expulso nenhuma vez. Na outra ponta do gramado, exercendo bem sua função em bolas paradas, marcou cinco gols, alguns decisivos para vitórias
Incomunicável neste período de férias, Thiago Heleno descansa em Sete Lagoas, cidade próxima a Belo Horizonte. Eduardo Batista Fernandes, amigo íntimo do General garante que o foco é permanecer no Furacão. “É o que mais torço. A gente conversa muito e o intuito dele é dar continuidade. Deve ficar e torço para que isso realmente aconteça”, disse Fernandes, por telefone, com Thiago Heleno ao seu lado.
O jogador prefere não falar enquanto a situação não se resolver. Fernandes fez a ponta com a reportagem da Tribuna e destacou o bom momento do amigo. “Posso te afirmar com total certeza de que esse foi o melhor ano da carreira do Thiago. Foi uma temporada acima das expectativas. Jogou focado, dedicado e alcançou uma maturidade em campo. Cresceu muito”.
Para o amigo de Thiago Heleno, parceiro desde os tempos de Cruzeiro, o ambiente familiar do Atlético teve influência decisiva na melhora profissional e pessoal do zagueiro. “Isso fez com que ele crescesse muito”, acrescentou.
A renovação do zagueiro com o Atlético é aguardada com ansiedade e a resposta deve vir ainda nos próximos dias, antes mesmo da reapresentação do grupo atleticano. “Ele está confiante de que dará tudo certo para ele permanecer”, concluiu Fernandes.
Thiago Heleno tem seus direitos econômicos presos ao Desportivo Maldonado, do Uruguai, e chegou ao Furacão vindo do Figueirense no início do ano. O clube uruguaio não tinha interesse em renovar o empréstimo e queria vender o jogador para o Rubro-Negro. Entre o zagueiro e o time paranaense já está tudo certo em termos de salários e eventuais luvas. As arestas que restam devem ser aparadas nos próximos dias e o General provavelmente ficará na Baixada.
