Ele por eles

Grandes personagens do futebol paranaense relembram Sicupira em campo

Se na época em que Sicupira jogou, os registros em fotografia e vídeo não eram tão fáceis de serem feitos, há quem tenho guardado os momentos na memória. Alguns dos mais importantes cronistas esportivos do Paraná viram o surgimento da lenda Barcímio Sicupira.

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Edson Luiz Militão, repórter de rádio nas décadas de 60 e 70 e colunista de jornal e apresentador/narrador/comentarista de TV dos anos 80 até recentemente, presenciou a estreia profissional de Sicupira. “Eu estava iniciando na carreira. Era setorista da rádio Independência em 1964 e cobria o Clube Atlético Ferroviário. Lembro que anunciei que o time teria uma estreia de um juvenil com muita qualidade que vinha da base. Ele entrou como titular e tomou conta. Fez um gol de bicicleta e ali marcou, deixando o carimbo dele para o estrelato”, recordou o amigo, que foi quem abriu as portas para Sicupira iniciar na crônica esportiva.

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O primeiro jogo de Sicupira no Atlético também contou com espectadores ilustres. Entre eles, Carneiro Neto, outra personalidade que consegue descrever com detalhes aquela que seria a partida que começaria a consagrar o craque no Furacão. “Eu era repórter há 50 anos. Estava atrás do gol de entrada do estádio Durival Britto e Silva. Era uma tarde ensolarada. O Atlético iniciava sua caminhada no torneio Roberto Gomes Pedrosa com uma equipe muito forte. Ele entrou durante a partida e fez o gol de empate do time com o São Paulo. Ali deixou seu timbre com um gol de bicicleta e caiu no gosto da torcida”, lembrou.

Barcímio Sicupira brilhou em campo e hoje brilha no rádio. Foto: Denis Ferreira Netto.
Barcímio Sicupira brilhou em campo e hoje brilha no rádio. Foto: Denis Ferreira Netto.

Eduvaldo Brasil é outro nome de peso da crônica esportiva que acompanhou de perto a carreira do camisa 8. Edu ainda era plantão quando o jogador estreou pelo Boca Negra, mas já como cronista também acompanhou o iníco da trajetória do goleador no Furacão. “Tive a satisfação de vê-lo tanto na estreia pelo Atlético como na estreia pelo Ferroviário, em 1963. Na ocasião, o clube foi campeão da zona sul, com gol dele de bicicleta”, descreveu Edu, no que para ele foi o mais belo gol da carreira do ex-atleta.

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“Foi um gol fora de série. De bicicleta, ele colocou no canto direito do goleiro do Água Verde”, recordou.
O comentarista Valmir Gomes destacou como as características dele em campo se diferenciavam em relação aos demais jogadores. “Como jogador ele foi fora de série. Tinha uma boa qualidade técnica, bom posicionamento e era goleador”, explicou. Carneiro Neto também exaltou as qualidades de Sicupira. “Ele era ao mesmo tempo um jogador com técnica refinada, mas também forte fisicamente. Ele sempre se impunha, sempre ganhando dos zagueiros nas bolas divididas”, detalhou Carneiro.

Comediante?

Valmir também revelou um lado que só os amigos conhecem de Sicupira. “‘Ele pode contar a mesma história 10 vezes e você vai rir em todas. Se não fosse jogador, deveria ter sido comediante‘, detalhou o amigo.

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O ex-dirigente do Atlético Roberto Karam era criança quando Sicupira brilhou no Rubro-Negro, mas com as histórias do pai e com alguns poucos registros pôde ver o brilho do camisa 8, motivo pelo qual é um dos maiores fãs do ex-jogador. “Eu vi por vídeos, porque na época tinha 11 ou 12 anos, mas ele sem dúvidas ficou marcado por seus gols de bicicleta e porque ele era o goleador dos gols no final. O jogo estava para acabar, mas ele não acabava, continuava correndo e cansou de fazer gols já no limite do tempo das partidas”, descreveu Karam, exaltando a importância de Sicupira para o Furacão.

“Além de ele ainda ser o maior artilheiro do clube, ele realmente honrava a camisa. Para o Atlético o Sicupira é o nosso Pelé. A camisa 10 imortal do Santos é a camisa 8 imortal do Atlético”, arrematou.

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