Aos vinte minutos do segundo tempo, o torcedor do Atlético teve um instante de desespero. Quando o paraguaio Romero apareceu na pequena área, totalmente livre, deve ter passado pela cabeça aquele pensamento: “Por que o Weverton foi convocado logo agora?”. Mas antes de terminar a frase, a galera viu Santos aparecer e fazer uma defesa milagrosa, daquelas que o agora titular da seleção brasileira faz todo jogo. E da façanha de Santos surgiu a força para o Furacão vencer um bem arrumado Corinthians por 2×0, ontem, na Baixada. Gols de quem? De Walter, que parece ter resolvido que só vai marcar em jogos importantes. O resultado colocou o Rubro-negro em sexto lugar no Campeonato Brasileiro, e fez o Timão perder a liderança para o Santos.
Santos entrou em campo com o apoio das arquibancadas. Apoio tímido, misturado com uma natural preocupação com um goleiro sem ritmo de jogo. Nada de culpa do camisa 1, mas uma realidade construída por quatro anos de Weverton como titular absoluto. No primeiro tempo, ele não trabalhou muito. Um chute ou outro do Corinthians, nada de mais assustador. É verdade que o Atlético também não levou perigo a Cássio – talvez apenas numa bola de Walter defendida em dois tempos. Foi um jogo tático, com dois times sabendo das suas qualidades, mas principalmente das qualidades do adversário, o que deixou a partida muito interessante para quem analisa, mas nem tanto para quem torce.
Veio a etapa final e o Corinthians começou a dominar. Adiantou a marcação, contou com a ótima fase de Bruno Henrique e empurrou o Atlético para a defesa. Apareceram mais evidentes as más atuações de Marcos Guilherme e Vinícius, ambos substituídos por Paulo Autuori. Entraram Lucas Fernandes e Matheus Rosseto – um para dar velocidade, outro para fechar o meio-campo. Mesmo assim era o Timão que assustava. Elias acertou um petardo e quase fez. Yago cabeceou com perigo. Marlone tentou. Até que a bola chegou em Romero aos 20 minutos. Seria o gol da confirmação da liderança do time de Cristóvão Borges. Mas não foi. Santos salvou.
E como num momento de virada, o Atlético encaixou. E aos 30 minutos, no primeiro lance de ataque do Furacão na etapa final, e na primeira falha defensiva do Corinthians, o lançamento de Paulo André encontrou Walter. E o camisa 19 – vai dizer que não deu sorte? – fez o que sabe, deslocou Cássio e abriu o placar. Em vantagem, a partida ficou do jeito que os donos da casa queriam. Os paulistas partiram com tudo, abriram a marcação e aos 41 minutos Lucas Fernandes puxou um contra-ataque de três contra um. E fez o certo, tocou para Walter, que marcou mais um. Dois do ídolo, mais dois decisivos.
E quando Anderson Daronco apitou o final da partida, Walter fez o certo de novo. Cruzou o gramado da Arena e foi cumprimentar Santos. Os dois saíram ovacionados pela torcida. Foram início e fim de mais uma vitória marcante do Atlético.