A atuação do Atlético e o empate em 1×1 com o Atlético-MG, no último domingo, na Arena da Baixada, foi deixado totalmente em segundo plano. O que mais chamou a atenção na partida foi a reclamação dos jogadores do Furacão e, principalmente, do técnico Paulo Autuori à atuação da arbitragem.
A repercussão foi nacional e já chegou ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). O procurador-geral Paulo Schmitt já está analisando os lances e a súmula da partida e até amanhã deve oferecer denúncia do caso.
Dependendo da situação, o treinador atleticano pode ser denunciado no artigo 243-F do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) – Ofender alguém em sua honra, por fato relacionado diretamente ao desporto. A punição varia de uma a seis partidas de suspensão, além de uma multa de R$ 100 a R$ 100 mil. Porém, por ser treinador, neste caso a punição mínima é de quatro jogos.
Certo mesmo é que as imagens de Autuori revoltado e questionando o quarto árbitro foram discutidas muito mais do que os lances do jogo. E o que mais chamou a atenção é o fato de que o comandante rubro-negro sempre foi conhecido por ser uma pessoa calma e tranquila. Por isso, a reclamação da forma que foi, acaba se tornando uma aliada para ele.
“Não dá para a gente tratar como um “piti”. O Paulo Autuori é muito educado, passou duas vezes aqui no futebol mineiro, vocês também conhecem, não costuma agir assim. A gente deve dar um crédito, por algum motivo ele teve aquela reação fora do normal com a arbitragem”, disse o comentarista Rogério Corrêa, do canal Sportv, ao programa Redação Sportv.
“Não lembro de uma reclamação do Autuori sobre um lance específico da partida. O que fica claro é que ele reclama de uma injustiça que aconteceu. Foi acusado de algo que ele não cometeu, e às vezes você fica irritado com isso. Eu mesmo fico indignado. A reação dele foi baseada nisso. Não lembro dele usar esse tom, baixar o nível desta maneira em ambiente algum, na sua vasta carreira. Ele estava indignado com algo que acha injusto e se revoltou”, completou o jornalista da CBN, Carlos Eduardo Eboli, no mesmo programa.
A indignação do técnico aconteceu aos 35 minutos do primeiro tempo, quando um tiro de meta a favor do Atlético-MG foi marcado pelo árbitro, quando o correto seria um escanteio para o Furacão. A partir dali, o treinador se revoltou e passou a bater boca com o quarto árbitro, Ronan Marques da Rosa. O que gerou a expulsão dele.
“Ele mentiu. Primeiro que ele disse que eu xinguei a equipe de arbitragem, é mentira, depois ele já veio dizendo que ia me expulsar, sem nenhum motivo para o qual. Ele é um árbitro, hoje atuando de quarto árbitro. É coisa de homem para homem, de dizer a verdade. Ele faltou com a verdade. Eu o desafio aqui e paro a minha carreira, depois de 40 anos, se em algum momento eu fui ofensivo a equipe de arbitragem”, explicou Autuori.
“Eu tenho o maior respeito pelo Paulo Autuori, e é claro que aconteceu algo. Nós, aqui, ficamos numa situação confortável para falar, no ar condicionado, como telespectador imparcial, jornalista, sem o nosso emprego em cheque. Mas, independentemente de ter acontecido alguma coisa, creio que um técnico que representa um clube, que representa uma instituição, não pode ter essa reação. Isso só prejudica o clube, o Atlético, e ele mesmo. Pode pegar um gancho, ser suspenso, ficar sem trabalhar. É nessa linha a minha crítica”, disse o jornalista André Rizek, também no Redação Sportv.
Para o duelo contra o Botafogo, amanhã, às 19h30, no Mário Helênio, o comandante rubro-negro não poderá ficar no banco de reservas. Assim, quem comandará o time será o auxiliar Bruno Pivetti.