“Foi lindo”. Talvez não tenha havido resumo tão sintético e ao mesmo tempo tão empolgado do que o do presidente do Atlético Luiz Sallim Emed. O dirigente estava radiante ao deixar o estádio Joaquim Américo com a construção da vantagem em cima do Coritiba. Os atleticanos comemoraram muito a vitória, e contrastaram com a desanimação alviverde, que buscam agora a reabilitação completa no jogo da volta, domingo que vem, no Couto.
O presidente rubro-negro aumentou a confiança na vitória no Atletiba de ontem quando foi ao treino do sábado, no CT do Caju. Ele viu um time muito motivado – houve até uma troca de mensagens entre os jogadores via WhatsApp para reforçar o espírito de todos para o jogo. Sallim gostou do que acompanhou, inclusive a parte tática, que foi encaminhada durante os treinos da semana. Ficou evidente que o Atlético tinha estudado o rival.
Simbolizando essa postura agressiva do Furacão, o próprio Paulo Autuori mudou seu comportamento. Estava mais agitado, jogava junto com o time. Abandonou aquele gestual contido que sempre o acompanhou.
E era a euforia de Autuori que contagiava os jogadores, que contagiavam a torcida. Uma empolgação há muito não vista na Arena. O resultado foi sendo construído e a torcida não parava mais de cantar. O treinador se viu no direito de retomar seu perfil sereno e Kleina atirava o boné no chão até deixar claro o semblante de quem vê o título mais longe.
Com a vitória, o Atlético reapareceu unido. Oposição e situação, que se digladiaram há poucos meses na eleição presidencial, se abraçavam como velhos amigos. “Hoje eu cumprimento até coxa-branca”, dizia Dona Alice, veterana de jogos na Baixada, ao sair do estádio. A torcida alviverde já tinha ido embora, pensando na tentativa de virar o jogo no próximo domingo. Os atleticanos até sabiam que o Paranaense não tinha acabado, mas preferiram deixar para pensar nisso apenas hoje. Ontem era dia de comemorar.