Se não fosse a vitória do Atlético sobre o Santa Cruz, no sábado passado, na Arena da Baixada, certamente o clima entre a torcida e o presidente do conselho deliberativo, Mario Celso Petraglia, seria bem pior. O sentimento de amor e ódio entre torcedores e o dirigente não é recente, mas ultimamente vem se aflorando.

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Desde o começo do ano, as brigas estão mais evidentes e o último capítulo foi justamente na partida contra os pernambucanos, quando, momentos antes de a bola rolar, membros da organizada Os Fanáticos ergueram uma faixa dizendo “MCP, você não é homem de palavra”. Depois, seguranças retiraram o material da torcida, que ao longo do jogo gritou “Fora, Petraglia” e xingou o dirigente.

A bronca vem desde o Atletiba do primeiro turno, no dia 20 de março, quando o Furacão perdeu para o Coritiba por 2×0, em plena Arena. Na sequência, o Rubro-Negro enfrentava o Flamengo, pela semifinal da Primeira Liga, e quando a delegação saía do CT do Caju em direção ao aeroporto sofreu uma emboscada, com direito a vidro do ônibus quebrado.

Dias depois, no duelo de volta das quartas de final do Campeonato Paranaense, contra o Londrina, o atacante Walter, insatisfeito com o banco de reservas, se irritou no aquecimento e retrucou xingamentos que vinham da arquibancada, o que gerou um vídeo de membros da torcida organizada ameaçando o jogador. Embora Walter tenha se desculpado e até visitado a torcida, o Atlético puniu as organizadas com a proibição de materiais da facção e instrumentos da bateria. O que, inclusive, culminou na faixa estendida contra o Santa Cruz.

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A medida, no entanto, dividiu opiniões. No clássico contra o Paraná, na ida da semifinal do Paranaense, a organizada xingou e protestou a diretoria. Por outro lado, o restante da torcida vaiou o protesto e incentivou o clube.

Briga via twitter

Só que as brigas entre Petraglia e torcedores não se restringem apenas às organizadas, Volta e meia o dirigente se manifesta em sua conta pessoal no twitter para reclamar e cobrar os torcedores pelo fato de não comparecerem ao estádio e nem se associarem ao clube.

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Na final da Primeira Liga, contra o Fluminense, em Juiz de Fora, ele se disse envergonhado por poucos atleticanos estarem no estádio. Depois, cogitou a possibilidade de aumentar o preço do ingresso avulso para as finais do Estadual, o que gerou muita insatisfação por parte dos atleticanos, inclusive os que são sócios do Furacão.

Recentemente, as últimas postagens dele foram mais uma vez para reclamar da postura da torcida, a qual ele voltou a falar que era uma ‘falácia’ e também questionar o fato de que o Rubro-Negro teria um time muito mais forte se tivesse 40 mil associados, mas que os torcedores se acham maiores que o clube.

No entanto, nas duas vezes em que a chapa de Petraglia foi eleita, em 2011 e 2015 foi graças ao apoio dos torcedores, principalmente das organizadas, que no passado já havia se desentendindo com o dirigente. Um círculo vicioso que não deve acabar tão cedo.

Fatos! Veja mais sobre o futebol paranaense na coluna do Mafuz!