O pedido de licença do presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Mario Celso Petraglia, na última segunda-feira (24), pegou muitos de surpresa. Mas não é uma novidade a atitude do dirigente, que já se afastou das suas atividades do clube em outras duas oportunidades.
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Em março de 2002, menos de três meses após o título nacional do Furacão, Petraglia, então diretor de marketing do clube, renunciou ao cargo, alegando que não concordava com a maneira como o Rubro-Negro estava sendo dirigido. Porém, tudo não passou de uma jogada para reassumir o poder ainda mais forte.
Isto porque em abril estava marcada a eleição presidencial do Atlético. Assim que anunciou a renúncia, surgiu um movimento ‘Fica Petraglia’. Dias após sair, ele foi ao Couto Pereira acompanhar o jogo do time rubro-negro contra o Malutrom, pelo Campeonato Paranaense, e foi muito procurado por torcedores, que pediam autógrafos e entoaram o coro para que ele continuasse.
Tudo isso fez com que o dirigente não tivesse concorrentes nas eleições e fosse aclamado presidente, voltando ‘nos braços do povo’. Assim que retornou, Petraglia reformulou aos poucos a diretoria e passou a tomar decisões quase que sozinho, virando um dono do Furacão.
Porém, seis anos depois, em 2008, a história se repetiu. Mas de uma maneira muito semelhante à atual. Assim como agora, Petraglia era presidente do Conselho Deliberativo do Furacão e se afastou do futebol, juntamente com João Augusto Fleury da Rocha, presidente do Conselho Administrativo, quando o time ia mal em campo, inclusive na zona de rebaixamento. Uma reviravolta em todo o clube.
As saídas dos presidentes aconteceram no dia 4 de setembro daquele ano, um dia após a goleada por 4×0 para o Goiás, no Serra Dourada, que culminou também na demissão do técnico Mário Sérgio. Com tantas mudanças, sobrou para o então diretor jurídico do Furacão, Marcos Malucelli, assumir o controle.
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O novo presidente passou a comandar o clube da sua maneira e trouxe de volta o técnico Geninho, que havia se desentendido com Petraglia em 2002 e havia virado desafeto do dirigente. Uma primeira atitude que transformou, futuramente, Malucelli e Petraglia em inimigos, com o segundo só retornando ao Rubro-Negro em 2011, ganhando as eleições presidenciais contra o candidato do primeiro.
De qualquer maneira, as duas saídas do dirigente no passado refletiram em mudanças drásticas no clube. Resta saber o que vai acontecer agora, com apenas Luiz Sallim Emed na função. Se ele irá assumir as rédeas e comandar da sua maneira, ou se, no fundo, Petraglia seguirá ditando as ordens, mas apenas sem dar as caras.