A boa fase do Atlético no Campeonato Brasileiro passa pelos pés do meia Nikão. Após ser afastado do grupo principal por estar acima do peso e ficar de fora da preparação atleticana do início do ano, realizada na Espanha, o jogador reencontrou a boa fase na carreira e ganhou espaço com a chegada do técnico Milton Mendes. Revelado no Atlético-MG, o jogador de apenas 22 anos já passou por 14 clubes, entre base e profissional, e tem em seu histórico boas atuações além de alguns problemas extra-campo.
Com três anos de contrato com o Atlético, ele vem sendo escalado em nova função, no lado esquerdo do campo, e vem em uma sequência de três jogos marcando gols, fato que só havia conseguido no Campeonato Baiano de 2011, quando marcou em cinco partidas seguidas atuando pelo Vitória. “É sempre bom estar voltando à fase boa. Cheguei aqui e me machuquei no começo. Fomos bastante apedrejados, mas, agora, estamos dando a volta por cima”, afirmou, em entrevista ao Sportv.
Vida pessoal
Órfão dos pais, Nikão foi criado pela avó em condições precárias e quase se envolveu com o tráfico de drogas quando ainda era jovem, caminho que vitimou um de seus irmãos, antes de ser descoberto por seu ‘pai adotivo’, Wanilton César Silva, o Cesinha, em um treino do clube Casimiro de Abreu, de sua terra natal, Montes Claros-MG.
Com apenas 13 anos, o mineiro demonstrava potencial na base do Mirassol-SP e foi para a Rússia, onde ganhou o apelido de ‘Maradona Negro’. “Quando fui para o CSKA, os moleques de lá eram todos brancos, só tinha eu de pretinho. Eu, pretinho e canhoto, e os caras, todos branquelos. Daí surgiu o apelido”, explicou, em entrevista concedida nos tempos em que jogava pelo Vitória.
Problemas no Ceará
No Nordeste, Nikão passou com destaque pelo Vitória, na Série B de 2011, quando marcou nove gols em 15 jogos, e logo depois chegou a jogar a Série A pela Ponte Preta, em 2012. Mas a sua melhor fase aconteceu no ano passado no Ceará, quando fez 28 partidas na Série B pelo Vozão, e era considerado como o grande destaque da equipe nordestina, que chegou a brigar por uma das vagas para a Série A do
Brasileirão.
Porém, sua passagem pelo clube terminou com a queda de rendimento da equipe na reta final da segunda divisão, quando Nikão foi um dos responsabilizados e acabou dispensado, sob a alegação de indisciplina, faltando quatro rodadas para o término da competição.
Dificuldade em se firmar
Após passagens frustradas por PSV, da Holanda, e Príncipe, da Arábia Saudita, além do clube russo, graças a problemas com sua documentação, Nikão voltou ao Brasil e ainda jogou pelo Palmeiras antes de ganhar destaque no Santos, na campanha que levou o Peixe ao vice-campeonato da Copa São Paulo de 2009. Seu primeiro bom momento na carreira lhe rendeu a contratação pelo Atlético-MG, mas resultou também em uma grande frustração em sua trajetória.
Sem jogar pelo clube mineiro, o meia passou a peregrinar pelo futebol brasileiro e foi seguidamente emprestado para diversas equipes nos últimos cinco anos América-MG, Bahia, Ceará, Linense-SP, Ponte Preta e Vitória antes de desembarcar no CT do Caju, no inicio deste ano. Para Cesinha, fato que quase encerrou a vida profissional do atleta. “Ele perdeu o foco por algum tempo. Queria largar tudo. Envolveu-se com bebidas e mulheres”, revelou.
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