O técnico do Atlético, Paulo Autuori, participou nesta semana do programa Bola da Vez, da Espn Brasil. Na entrevista mais longa desde que chegou ao Furacão, o treinador falou, entre outros assuntos, da relação com o presidente do Conselho Deliberativo, Mario Celso Petraglia, da campanha do Rubro-Negro no Campeonato Brasileiro, estrutura do futebol brasileiro, mas, principalmente do seu futuro.

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Autuori reforçou que ainda sonha em ser diretor de futebol e largar o cargo de técnico. Inclusive, essa nova trajetória pode começar no próprio Atlético.

“Adoro futebol, gosto do que faço, mas acho que precisamos abrir espaços para novos profissionais. É fundamental sair desse ciclo vicioso, do qual eu faço parte. Sai um, entra outro, sai um, entra outro, e eu estou incluído. É preciso coragem e quero usar esse meu cargo para sair das palavras e transformar em atitude, para que a ideia surja de forma planejada e projetada”, disse ele, que já tem planos e até um possível substituto no time.

“Eu considero o Bruno Pivetti, que é um cara muito inteligente, como um técnico. E gostaria de vê-lo, assim como o Kelly, entrando nisso, Eles já estão ambientalizados nisso, sabem fazer e têm condições de fazer. O que eu quero nessa função é ter coragem de dar tranquilidade ao técnico, de poder dizer que um técnico que nós decidimos sair e se caso não dê certo no caminho e demití-lo, eu saio junto”, acrescentou.

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O atual comandante atleticano reforçou que quer mudar de ares justamente para atualizar o futebol brasileiro e poder implementar as ideias que tem de gestão e fazer um clube não oscilar tanto.

“É uma salada de frutas (as trocas de treinadores), com perfis completamente distintos. Isso demonstra que as coisas acontecem de maneira circunstancial. É difícil um clube manter um nível de performance por dois, três, quatro anos”, reforçou ele.

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Salário

Entre outros assuntos, Paulo Autuori também falou que ganha muito abaixo da média que os treinadores ganham no Brasil. Segundo ele, por uma opção própria, pela realidade financeira brasileira e por ter uma visão diferente em relação aos gastos com o futebol.

“Eu nunca fiz dinheiro aqui no Brasil. Pode ir nos clubes onde passei. Em relação ao valor de mercado, eu me impus esse valor. Quero ter essa função (de dirigente) e sei perfeitamente para onde devo direcionar todos os esforços financeiros de um clube”, explicou o técnico, que afirmou ainda receber no Atlético exatamente o mesmo que recebeu quando trabalhou no São Paulo, em 2013, e no Atlético-MG, em 2014, últimos trabalhos dele no país.