Rio de Janeiro – Chegar ao Maracanã ainda é um acontecimento para quem ama o futebol. Ele segue sendo um gigante, o “maior do mundo” nos nossos sonhos (e pesadelos), e se não é o mesmo que nossa memória desenhou, tem a beleza das novas arenas misturada ao estilo que o consagrou.
Mas chegar ao Maracanã em 2017 também é se deparar com um cenário desolador. Abandonado pela Odebrecht, que tinha sido escolhida pelo governo do estado do Rio de Janeiro para administrar o estádio, todo o complexo está em péssimas condições. Reflete, por sinal, a situação da empreiteira, envolvida até o pescoço na Operação Lava-Jato, e do governo fluminense, que está em um escândalo atrás do outro.
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No entorno do Maraca, portões enferrujados e bilheterias sem cuidado passam a primeira má impressão. Depois, é o problema dos anexos do estádio – o parque aquático Júlio Delamare e o ginásio do Maracanãzinho estão desativados, e o estádio de atletismo Célio de Barros não existe mais. Restou só a arquibancada, que recentemente foi usada como apoio para uma festa rave.
Dentro do estádio, o Flamengo (que assumiu o controle do Maracanã apenas no período imediatamente antes e depois dos jogos da Libertadores) fez o que pôde para deixar as coisas na mínima ordem, já que a Rio-2016 não cumpriu o prometido. Para o futebol, o pior é o campo, com falhas e até tinta para esconder a falta de grama. “Estou em casa, mas parece que não. Ver o Maracanã do jeito que está é vergonhoso. Pior ainda depois que você entra no gramado. É impensável”, atirou o carioca Paulo Autuori, técnico do Atlético.
Pronto para jogar uma partida decisiva pela Libertadores nesta quarta (12), às 21h45, contra o Flamengo, pelo Grupo 4, o Furacão terá que encarar, além do rival de qualidade e de mais de 60 mil pessoas contra, os problemas do campo. “O Flamengo terá uma condição melhor na Arena da Ilha, onde está cuidando para fazer um bom estádio. Esse gramado atrapalha os dois times, e faz com que a qualidade da partida piore. Isto mostra o abandono que estamos, e não condiz com a grandiosidade do Maracanã”, finalizou Autuori.