Pensando lá na frente

Oscilando no Brasileirão, Atlético já começa a pensar em 2017

Pela confiança que tem da diretoria, Paulo Autuori deve ficar em 2017 e já pensar no elenco. Foto: Albari Rosa

A derrota por 1×0 para o Santa Cruz, na quarta-feira, no Arruda, brecou a reação do Atlético no Campeonato Brasileiro. O Furacão ainda segue bem colocado, em nono lugar, com 36 pontos, mas viu a diferença para o G4 aumentar para seis pontos. Restando ainda mais 13 jogos para acabar o Brasileirão, o sonho da Libertadores ainda é possível, mas, diante desta oscilação, o Rubro-Negro, aos poucos, já começa a focar a temporada de 2017.

Hoje o clube deve confirmar a contratação do meia argentinho Lucho González. Porém, sem jogar desde junho, quando saiu do River Plate, o atleta de 35 anos deve usar o Brasileirão para aprimorar a forma física e conhecer o futebol brasileiro, para, no ano que vem, se firmar na equipe. Tanto que assinará contrato até o final de 2017.

Outros jogadores também devem ser observados nesta reta final de temporada para definirem o futuro dentro do time. Casos como do lateral-direito Léo, dos zagueiros Paulo André e Thiago Heleno e dos atacantes André Lima e Luan, que têm vínculo com o Furacão apenas até dezembro. Entre eles, apenas Luan, que veio por empréstimo do Palmeiras no mês passado, não é considerado titular absoluto. De qualquer forma, praticamente metade do time que vem jogando pode ficar sem contrato com o clube ao término do Brasileirão. Assim, ou o Rubro-Negro terá que correr para manter as peças, ou terá que mais uma vez reformular seu elenco, buscando outras opções no mercado.

Por isso, se continuar com essa oscilação, os últimos jogos podem ser vistos mais para analisar os atletas que podem permanecer do que traçar uma meta dentro do Campeonato Brasileiro.

Comando técnico

Só que a renovação ou manutenção do elenco depende também de quem será o comandante da equipe em 2017. Desde que chegou, em março, nem Paulo Autuori e nem o presidente Luiz Sallim Emed revelaram o tempo de contrato. O treinador tem total confiança da diretoria, que convenceu Autuori a ser o comandante atleticano após a apresentação do projeto do clube.

Tanto que, em nenhum momento o treinador criticou a diretoria após as saídas de Vinícius e Walter, e nem teve o cargo ameaçado após a queda de produção do time, que somou quatro derrotas seguidas, sendo três pelo Brasileirão e uma pela Copa do Brasil, em agosto.

Porém, na última quarta-feira especulou-se que para o ano que vem Roger Machado, que pediu demissão do Grêmio após a derrota para a Ponte Preta, seria o treinador do Atlético. Segundo a imprensa gaúcha, na semana passada, quando o Grêmio jogou contra o Coritiba no Couto Pereira, e foi goleado por 4×0, o time gaúcho treinou no CT do Caju e Roger e Paulo Autuori conversaram por um tempo. Especula-se que esse assunto tenha vindo à tona, apesar de ninguém confirmar. De acordo com Sallim Emed, o Atlético sequer cogitou essa possibilidade.

Mas Autuori nunca escondeu que futuramente na carreira gostaria de deixar a beirada do gramado para coordenar o futebol. Quando Paulo Carneiro foi demitido do Atlético, foi perguntado ao técnico se ele poderia mais para frente assumir o cargo, o que foi prontamente negado por ele.

No entanto, assim que Roger Machado se desligou do Grêmio, o interesse do Corinthians no treinador cresceu. Quando Tite acertou com a seleção, o então comandante gremista era o nome mais forte para substituílo no clube paulista. Na época, porém, ele preferiu seguir em Porto Alegre e Cristóvão Borges foi contratado.