Fim do jejum

Mudando a forma de jogar, Atlético vence o Vasco e sai da ZR

Ribamar comemora o gol da vitória rubro-negra. Foto: Rudy Trindade/Estadão Conteúdo

“Vamos ter que agora, para falar a verdade, jogar feio agora, tentar juntar todos, jogar como os outros times fazem. Jogar por uma bola, fechado, que com certeza a gente vai sair dessa”.

Eduardo da Silva não foi sequer cogitado para jogar contra o Vasco. Apareceu, se tanto, num rápido corte das câmeras da transmissão do SporTV, quando o foco estava num escanteio para o Vasco e ele, junto com os outros jogadores do Atlético, estava em processo de aquecimento no início do segundo tempo. Mas o eco das frases do atacante se fez ouvir.

Sem ficar apelando para uma posse de bola sem produtividade, sendo mais eficiente e aproveitando mais o jogo de contra-ataque, o Furacão venceu o Vasco nesta segunda-feira (31) em Volta Redonda por 1×0. Uma vitória fundamental, pois tirou a equipe da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro (colocando o Coritiba no lugar). Agora em 14º lugar, o Atlético pode pensar em sair do sufoco definitivamente.

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Não se pode dizer que foi uma decisão do técnico Fabiano Soares. Afinal, ele pedia desesperadamente à beira do gramado que o Atlético trocasse passes e mantivesse a posse de bola. Mas, diferente de outras partidas, o que se via era um time mais organizado, principalmente a partir da defesa. Se Gustavo Cascardo definitivamente não aproveita as chances que tem, Paulo André e Wanderson tiveram atuação segura, e Sidcley não comprometeu. Além disso, Weverton voltou a ser decisivo, principalmente em um chute forte de Gilberto, pouco depois do gol rubro-negro.

Gol que foi de Ribamar, aos 15 minutos do segundo tempo. Com assistência do melhor jogador em campo. Muito cobrado nos últimos jogos na Arena da Baixada, Matheus Rossetto voltou a jogar bem. Na dele, como segundo volante, marcando, roubando e saindo para o jogo, ele foi decisivo para a vitória rubro-negra, e para a eficiência do jogo atleticano. Ele, Pablo e Nikão tiveram mais acertos do que em jogos anteriores, o que permitiu que a pressão sobre a defesa diminuísse e que a tensão passasse de lado – para o lado vascaíno, com um time bastante jovem e que parecia acreditar que resolveria a partida a qualquer momento.

Mas foi Ribamar, como dito acima, quem resolveu. O atacante aproveitou uma falha de Henrique e marcou o gol da vitória, que acabou com um jejum de nove partidas (seis pelo Brasileirão, duas pela Copa do Brasil e uma pela Libertadores). Foi realmente um contra-ataque, um lance, do jeito que Eduardo da Silva falou há uma semana. E mesmo com a tentativa dos donos da casa em jogar no campo atleticano, as entradas de Felipe Gedoz e Lucas Fernandes – dois que logo serão titulares, se a parte técnica for levada em consideração – deram um desafogo definitivo ao Atlético.

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Só que o final que corria tranquilo ainda tinha um último lance. Era para que o “saber sofrer” não fosse esquecido. Aos 48 minutos e meio, faltando trinta segundos para o jogo terminar, Henrique chutou. A bola passou por baixo de Weverton, raspou na perna do goleiro e bateu na trave. Voltou para Paulo Vítor, que chutou do jeito que dava. A bola explodiu no travessão e saiu. Depois desses instantes que pareceram horas, o jogo acabou. Alívio do Atlético. Vitória e a saída da zona de rebaixamento.

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