Uma vitória em cinco jogos fora de casa. E uma vitória nos últimos cinco jogos do Brasileiro. As duas estatísticas são semelhantes mas não são iguais. E apontam o momento mais difícil do Atlético no campeonato. Após um início espetacular, veio a (natural) instabilidade. Os resultados e as atuações não vieram tanto, principalmente longe da Arena da Baixada. E é fora de casa o próximo jogo do Furacão, contra o Corinthians, quinta-feira, no Itaquerão. E sem Walter, que foi expulso pela segunda vez na competição.
O Atlético tem uma estratégia clara fora de casa – aguarda o adversário, dá a posse de bola e aposta nos contra-ataques. É uma tática inevitável pela falta de um articulador. Se puxarmos pela memória, essa lacuna não é de hoje. Falta ao Rubro-negro um jogador que pegue a bola e diga pro resto do time que “agora vamos dar uma acalmada”. Da forma que o time atua longe da Arena, há uma dependência brutal do encaixe do contra-ataque.
Quando funciona, seja onde for, o Furacão é irresistível. É só ver como as jogadas combinadas entre Eduardo, Nikão, Marcos Guilherme e Walter acontecem. Assim foi que o Atlético venceu em casa o Atlético-MG (quando optou por jogar na retranca) e o São Paulo e venceu fora o Joinville.
Mas se não dá certo, é como se a defesa chutasse a bola em um paredão. Ela sai do risco, mas bate e volta rapidamente para o adversário. Foi o que aconteceu no Mineirão no sábado.
O técnico Milton Mendes sabe que há essa carência. Em conversas reservadas, confirmou que o Atlético precisa urgentemente de um jogador que coordene as ações ofensivas – o que nesse momento está sobrecarregando Walter. A última tentativa foi Mugni, mas o meia preferiu ir para o Newell’s Old Boys. Por isso, o Furacão voltou a negociar com o San Lorenzo a contratação de Alán Ruíz, que já defendeu o Grêmio.
Enquanto esse “cérebro” não chega, MM não mudará o estilo do Atlético. Com razão, pois é a forma mais realista de jogar fora de casa.
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