Imbróglio

Justiça pode determinar permanência de Thiago Heleno no Atlético

Thiago Heleno tem uma semana para definir seu futuro. Foto: Aniele Nascimento

A permanência do zagueiro Thiago Heleno no Atlético em 2017 pode depender de uma decisão judicial. O jogador, que pertence ao Deportivo Maldonado, do Uruguai, tenta se desvincular do clube para ficar livre e negociar com o Furacão. A expectativa é que tudo seja definido até o dia 11, quando o elenco rubro-negro inicia a pré-temporada.

Os uruguaios, que disputam a segunda divisão local, sinalizaram que não renovariam o empréstimo de Thiago Heleno e pediram R$ 10 milhões para vender o jogador. Internamente, no CT do Caju, entretanto, a avaliação é de que, se o defensor fosse mais jovem, o investimento seria justo, pois teria previsão de retorno financeiro com uma revenda nos próximos anos.

Como Thiago Heleno já tem 28 anos, porém, a pedida dos uruguaios foi considerada alta. Por isso, o Atlético tenta esgotar todas as possibilidades para pagar o mínimo possível pela permanência do jogador, que virou uma das referências da equipe, xodó da torcida e foi o pilar do sistema defensivo atleticano na Série A do ano passado. A permanência do atleta é uma das principais prioridades da diretoria para a Libertadores deste ano.

“A torcida vai precisar ter muita paciência . Existe interesse do clube no atleta e do atleta no clube. Queremos que ele fique. Estamos fazendo o possível”, resumiu o presidente do Furacão, Luiz Sallim Emed, sem entrar em detalhes sobre o imbróglio judicial. Já o empresário do atleta, Giba Brasil, despista. “Não estou sabendo de nada, estamos de férias”, disse.

Deportivo Maldonado

“Um clube onde os craques nunca jogam”. É assim que o modesto Deportivo Maldonado, do Uruguai, é conhecido. Vários nomes de importância assinaram com o clube nos últimos anos, mas nenhum deles atuou na agremiação, que serve apenas como ponte de transferências para centros mais badalados.

O time disputa o segundo escalão local e tem média de público de 200 torcedores por jogo. Duas transferências milionárias em 2016 direcionaram novamente os holofotes da imprensa mundial para os uruguaios.

Os argentinos Jonathan Calleri e Gerónimo Rulli pertenciam ao Maldonado antes de se transferirem para os ingleses West Ham e Manchester City, respectivamente. A dupla nunca esteve perto de atuar pela liga uruguaia. No entanto, somente Calleri pode render até R$ 66 milhões ao Deportivo Maldonado pela negociação.

O clube foi adquirido em 2010 por investidores britânicos e passou a lucrar milhões com jogadores que não atuam por suas fileiras. Uma investigação da empresa Bloomberg em 2014 apontou que o Deportivo passou a servir então como “uma maneira de aliviar as taxas de impostos para investidores que detém direitos em transferências de atletas”, segundo o jornal The Guardian, da Inglaterra.

Além de Calleri, Rulli e Thiago Heleno, nomes como o do lateral-esquerdo Alex Sandro, ex-Atlético, Hernán Toledo, da Fiorentina, e Willian José, ex-São Paulo, já assinaram contrato com o Maldonado, sem nunca jogar por lá.

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