Como adiantou o colunista Augusto Mafuz, da Tribuna, a Arena da Baixada foi avaliada em R$ 600 milhões por um perito, a pedido da Justiça, por conta da ação promovida pela Fomento Paraná contra o Atlético, cobrando R$ 226 milhões por conta dos empréstimos para a conclusão do estádio até a Copa do Mundo de 2014. Mas apesar da avaliação e da ameaça de penhora, a tendência é de acordo entre as partes.
O processo começou depois do atraso do Atlético no pagamento regular do financiamento. Como a diretoria do Furacão contesta o valor a ser pago, porque avalia que o valor total tem que ser repartido entre governo, prefeitura e clube (e não o valor inicial, de R$ 184 milhões), as parcelas não foram pagas. Mas há uma cláusula no contrato que diz que a Fomento, se houver atraso, pode cobrar a totalidade da dívida.
O Furacão reclama, desde o início, para que valor final da obra, R$ 354 milhões, seja dividido em três e não somente o orçamento original, de R$ 184 milhões. O Estado sinalizou positivamente, mas a Prefeitura de Curitiba – também envolvida no custeio do estádio por meio do potencial construtivo (título virtual que permite a construção de imóveis com metragem acima do previsto por lei) não aprovou.
Para o advogado do Rubro-Negro, Luiz Fernando Pereira, é impossível a Arena sair das mãos do Atlético e o acordo está prestes a acontecer. “De fato, o valor de execução representa uma garantia para a Fomento. Contudo, o mais importante é que as negociações estão avançando. Acredito que até o fim do ano tudo seja resolvido da melhor forma, para ambas as partes”, esclarece.
“Reiteramos que as negociações estão evoluindo e não é do interesse da Fomento a situação chegar ao ponto crítico do leilão. Não é o que esperamos. Enquanto isso, o processo segue o curso natural”, define Samuel Ieger Suss, diretor jurídico da Fomento. “Nosso interesse é por uma solução rápida. Não temos interesse algum em prejudicar o Atlético”, completa.
Em última instância, o Atlético pode perder imóveis penhorados no empréstimo, como o seu estádio e o CT do Caju, que iriam a leilão público. Na prática, a definição do valor do estádio rubro-negro livra o centro de treinamento de qualquer penhora, já que o valor da Arena já é superior ao empréstimo.