Atacante que é atacante tem que fazer gols. Não há desculpa boa o suficiente para tirar a importância dessa constatação. O atacante Caíque marcou em sua estreia pelo Furacão contra o Prudentópolis e devolveu ao torcedor a esperança de que um novo goleador possa surgir (não surgiu, mas pode ser cultivado) no CT do Caju.

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Se o jogador, de apenas 20 anos, eleger um conterrâneo como exemplo, o futuro pode lhe reservar um montão de abraços. Lucas Severino, ou simplesmente Lucas, “gostava de abraço”. Em 85 jogos com a camisa atleticana (de 99 a 2000, e depois em 2011) ele marcou 54 gols. Ficou nacionalmente conhecido na hisórica passagem envolvendo o goleiro Clemer, do Flamengo, em 1999. Alegando desconhecer o atacante atleticano, o adversário fez pouco caso de Lucas, que marcou um dos gols da vitória atleticana, foi às câmeras e orgulhoso disparou: “Eu sou o Lucas”.

Lucas chegou ao CT do Caju vindo justamente de Ribeirão Preto, do mesmo Botafogo que revelou Caíque. “É uma história parecida com a minha, mas hoje está um pouco mais fácil. O Atlético virou uma potência e todo jogador quer ir para aí. Eu não conhecia muita coisa e foi uma mudança radical”, contou Lucas, que encarou uma mudança brusca de temperatuda e de realidade profissional. “Era muito frio, eu tive que ganhar peso e jogar um futebol diferente do que eu jogava em São Paulo”, lembrou.

Saber como extrair ao máximo o que o novo clube oferecia foi a chave do sucesso do atacante Lucas. Depois de brilhar no Rubro-Negro, foi para a Europa e também lembrado para a seleção brasileira. “(O Atlético) Para minha carreira foi tudo. Foi o alicerce. O Botafogo era uma esperança, mas aí eu pude me tornar um jogador e até chegar à seleção”. Lucas disputou as Olimpíadas de 2000 pela seleção nacional.

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O ex-atacante deixa como conselho a Caíque a chance de extrair ao máximo o que as oportunidades lhe ofereceram. “Ele não vai conseguir ter espaço de uma hora ou outra. Começou bem, mas tem que ter dedicação. Aí é diferente. A torcida do Atlético é muito exigente e pede raça sempre. Além disso, é só fazer gols”, conclui Lucas.

Frio na área

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Caíque chegou ao Botafogo em 2012. Por deficiências do elenco, foi lançado no Paulistão por Vagner Benazzi e teve boas atuações. Mesmo assim, retornou às categorias de base para fortalecer os conceitos do futebol. A ascensão foi muito rápida, fazendo com que o jogador pulasse etapas de seu desenvolvimento. Após um período na Francana, voltou ao Botafogo e se destacou.

Para repetir a história de Lucas, Caíque tem um longo caminho. Tempo para isso ele terá, já que assinou um contrato de cinco anos com o Furacão. Potencial ele tem, garante Carlão, ex-companheiro de ataque de Botafogo-SP. “A força fisica dele o potencial de finalização são o seu diferencial. Um cara frio dentro da área, tanto por cima, quanto por baixo. É rápido, de explosão”, analisou.

Frio em campo, extrovertido fora dele. Das caixinhas de som acopladas no celular de Caíque devem sair as músicas para embalar as concentrações e vestiários do Atlético. “Ele é o cara que anima vestiário. Dava muita risada com ele. Era meu parceiro mesmo”, lembra Carlão.

Resta saber se o gosto musical vai agradar. Fã incondicional da Banda Luxúria, autores do hit Gordinho Gostoso – música chiclé que promete azucrinar os foliões desse carnaval Caíque deixa a frieza apenas pro gramado. “A turma vai gostar. Tem pagode, funk, tudo que um jogador gosta”, diverte-se Carlão.

Umbro fica até 2017

Atlético e Umbro renovaram o contrato para fornecimento de materiais esportivos até 2017. O vínculo anterior terminou em dezembro do ano passado e, desde então, o clube vinha exibindo a marca da multinacional de graça. Clube e empresa ainda não confirmam oficialmente o acerto. O contrato atual rende anualmente ao Furacão cerca de R$ 1,8 milhão. A parceria, iniciada em 1998, é a segunda mais longa do país na área, perdendo apenas para Fluminense e Adidas, que estão juntos desde 1996.

A demora para acertar o novo vínculo estava relacionada com a vontade do Atlético em aumentar não só o valor do contrato, mas também a porcentagem de participação do clube nos royalties pelo uso da marca. A média de mercado, valor também praticado no contrato atual com o Atlético, é de 10% sobre o faturamento. A ideia é aumentar para 15% (modelo praticado no novo contrato da empresa com o Vasco).

Segundo o diretor de marketing do Atlético, Mauro Holzmann, a relação entre o Atlético e a Umbro extrapola acordos comerciais. “Não nos preocupamos muito. Nós vamos continuar com a Umbro. Eles são nossos parceiros. É mais que patrocínio”.

E de fato é. A Umbro é a fornecedora de uniformes para as escolinhas oficiais do Atlético. O novo contrato vai garantir para a Umbro uma nova loja oficial que deve ser inaugurada em breve na Arena.