G4, o Furacão tá chegando

Garotos deixam o Atlético perto dos primeiros colocados

Quando chegou ao Atlético, Paulo Autuori estava empolgado. Dizia que pretendia fazer o que sempre quis em um clube, preparar um grupo, utilizar diversos atletas, revelar talentos. E é simbólico que o jogo que fez o Furacão entrar de vez na briga por uma vaga na Copa Libertadores tenha sido este 1×0 de domingo (24) sobre o Fluminense. Acima de tudo, foi a filosofia do treinador que se colocou em campo – um grupo sendo ‘rodado’, a busca de mais opções, um grupo extremamente jovem. É uma teoria arriscada no futebol brasileiro, mas está dando certo.

A temporada rubro-negra é positiva, com título estadual, vice da Primeira Liga, sequência na Copa do Brasil e boa colocação no Brasileiro. E isto com diversas mudanças de formação, um time cada vez mais jovem e, convenhamos, com algumas carências que se mostram cada vez mais evidentes, como a lateral-esquerda. Mesmo assim (ou talvez por isso), Paulo Autuori vai toureando as dificuldades e traçando metas que vão sendo concluídas. “Hoje (domingo) temos um grupo com média de idade de 22 anos. Estamos sofrendo com os jogos. Mas isso é para todo mundo, então temos que entrar para mostrar nosso futebol”, disse o treinador antes da partida.

Dos vinte jogadores relacionados para a partida, treze tiveram passagem pela base do Atlético. No banco, apenas o goleiro Rodolfo não tinha começado no Furacão. E em campo, eram Sidcley, Otávio, Hernani, Pablo e Yago formados no CT do Caju. Uma marca expressiva, e uma situação complicada – principalmente no final do jogo, quando era preciso ter a posse de bola e o ímpeto da garotada (quando Giovanny e Juninho também estavam em campo) era de partir para cima da marcação.

E era inevitável que um dos jogadores formados no clube fosse decisivo. Foi Hernani. Desde o início do jogo o volante apareceu para o jogo, mostrando o futebol que o destacou desde jovem, passando pelo sub-23, até chegar ao time profissional. Ele arriscou faltas, parou em Diego Cavalieri. Tentou tabelas, não deu certo. Resolveu ele mesmo finalizar a jogada. Aos 33 minutos do primeiro tempo, Léo cruzou, Walter dominou e fez bem o pivô para o volante chutar de primeira, rasante, sem chances para o goleiro do Fluminense.

Ao contrário das duas últimas partidas, o Atlético conseguiu ser mais equilibrado no segundo tempo. Não foi perfeito, o Fluminense rondou perigosamente a área, mas não houve a queda abrupta de rendimento que se viu nos empates contra Vitória e Chapecoense. E apareciam os meninos. Quem mais aproveitou a chance de ontem foi Yago. Apenas 19 anos, apenas o segundo jogo como profissional, o atacante fez ótimo primeiro tempo, jogando com autoridade em cima de William Matheus. Virou uma opção importante, até por ter um estilo semelhante ao de Ewandro, que deixou o clube e anda fazendo falta.

E enquanto os reforços não chegam, os garotos vão resolvendo. “É o que eu gosto de fazer, é um trabalho que me reaviva”, disse Paulo Autuori. Com o rodízio funcionando (André Lima e Paulo André foram os poupados da vez), com um jeito de jogar definido, que não muda com as alterações, com destaques individuais e voltando a vencer, mesmo com os problemas conhecidos o treinador rubro-negro está satisfeito. E até pelos problemas conhecidos, a galera também está.

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