Pense: um time que não conta com seu principal jogador, que está na seleção brasileira; que perde outros três suspensos; que tem pelo menos quatro jogadores importantes lesionados; e que ainda escolhe se desfazer do seu único armador e de seu atacante de mais qualidade. Que time suportaria tantos desfalques. No futebol brasileiro, onde a reposição não é tão boa, dificilmente algum time não sentiria o baque. Não foi diferente com o Atlético. Se o técnico Paulo Autuori teve o mérito de organizar muito bem o time, faltou qualidade para superar o Atlético-MG, que venceu por 1×0 no Independência neste domingo (21).

continua após a publicidade

Para tentar resolver os problemas do time que não tinha Weverton, Léo, Paulo André, Otávio, Deivid, Hernani, Pablo, Nikão, Vinícius e Walter (os últimos dois em definitivo), Autuori escalou a equipe com três zagueiros e um esquema que liberava Rafael Galhardo e principalmente Sidcley para frente. Eram muitos garotos – Santos, Wanderson, Marcão, Renan Paulino, Matheus Rossetto, Lucas Fernandes, Sidcley, Marcos Guilherme. Um time novo e desentrosado. E naturalmente mais frágil do que a força máxima do Furacão.

Até onde foi possível manter a igualdade tática, o Atlético foi bem. Prendia o meio-campo do Galo, impedia que a bola passasse por Robinho e Maicosuel e deixava Lucas Pratto isolado. E ainda saía com perigo nos contra-ataques, que não eram aproveitados. Mas era um jogo sob controle, com a organização evitando que o time com mais jogadores decisivos chegasse perto do gol de Santos.

Até que Carlos tirou um coelho da cartola. Aos 38 minutos do primeiro tempo, ele driblou Thiago Heleno por entre as pernas. O zagueiro se irritou e deixou o braço no atacante mineiro. O problema é que foi dentro da área. Pênalti marcado e Robinho abriu o placar. Um golpe duro para um time jovem e que jogava bem.

continua após a publicidade

Mas o Furacão seguiu jogando bem, na medida do possível. Havia erros técnicos, e estes não há como corrigir. Mesmo assim, foram os visitantes que tiveram o domínio do segundo tempo. Com as entradas de Yago, Luciano Cabral e Juninho, o Atlético passou a jogar no campo dos donos da casa, pressionando e arriscando.

Na reta final do jogo, nem mesmo os contra-ataques do Atlético-MG eram temidos. O Rubro-Negro foi com tudo para cima e teve duas ótimas chances. Na primeira, uma cabeçada de Thiago Heleno, Victor fez um milagre. Na segunda, Yago foi lançado em profundidade e só precisava tirar do goleiro, mas acabou mandando para fora. No todo do jogo, não se pode reclamar da conduta do time e do trabalho de Paulo Autuori. Mas ficou evidente que há várias maneiras de pensar o futebol. A única que não pode ser feita é a que a diretoria atleticana fez essa semana – enfraquecer o elenco por birras pessoais.

continua após a publicidade