Rio de Janeiro – Falamos tanto dos confrontos com os argentinos, uruguaios, chilenos e paraguaios. Tanto citamos o ‘espírito guerreiro’, a ‘alma latina’. Tanto se prega o ‘jeito copeiro’. Mas, no final das contas, é um confronto entre brasileiros o mais esperado desta primeira fase da Copa Libertadores. Hoje, às 21h45, o Atlético enfrenta o Flamengo e mais de 60 mil pessoas dispostas a empurrar uma equipe que quer terminar o dia na liderança do Grupo 4. O Furacão sabe disso e quer ser inteligente no “maior do mundo” para sair do Rio de Janeiro com um bom resultado.

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Apesar da euforia da torcida do Flamengo, que esgotou os ingressos à venda às 8h de ontem – a previsão de público supera 65 mil pessoas no Maracanã -, há também um clima de pressão no ar. Além dos donos da casa não vencerem há quatro partidas, houve a eliminação na Taça Rio justamente para o Vasco no final de semana, além da divulgação do áudio do lateral Rodinei fazendo críticas ao técnico Zé Ricardo. E isto que na semana passada o número do telefone do treinador foi vazado por torcedores e o profissional foi alvo de xingamentos via WhatsApp.

E é em cima disso que o Atlético também trabalha. Liderando o Grupo 4 da Libertadores junto com a Universidad Católica com 4 pontos (a Católica enfrenta o San Lorenzo às 21h no Chile), o Furacão sabe que ter inteligência é uma condição básica para encarar o Mengo esta noite. E a classificação no Campeonato Paranaense é tomada como exemplo. “Mostra o quanto o grupo é forte e está focado. Sempre precisamos melhorar, mas todos estão de parabéns”, disse o meia Nikão.

Só que todos sabem que o desafio é ainda maior. O Flamengo tem um dos times mais fortes do futebol brasileiro, com pelo menos dois jogadores acima da média – o meia Diego (que deverá ser acompanhado a cada canto por Deivid, o substituto do lesionado Otávio) e o centroavante Guerrero (este será trabalho para a dupla Paulo André e Thiago Heleno). Além deles, uma equipe bem treinada e, acima de tudo, uma massa que empurra. “Jogar conta o Flamengo é sempre muito difícil, ainda mais na casa deles e em uma competição como essa. O estádio estará lotado, mas sabemos o que precisamos fazer”, completou o camisa 11 atleticano.

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E se faltava saber alguma coisa, foi conversado em uma reunião na noite de ontem, em uma sala do hotel onde o Atlético está concentrado, na Avenida Atlântica, entre as praias de Copacabana e do Leme. Foi a explicação de Paulo Autuori sobre o que fazer para parar o Flamengo num ambiente tão favorável. Além da parte tática, é preciso retomar o foco para a Libertadores e principalmente manter o jogo coletivo. “Agora é outro jogo, outra história. Vamos estar motivados para o jogo contra o Flamengo. Mais do que nunca, precisamos de todo o elenco para ir lá e fazer um bom jogo”, resumiu o goleiro Weverton.

Fazer um bom jogo significa tentar manter a posse de bola, evitar que o Flamengo imponha seu estilo de velocidade pelos lados do campo e que não seja preciso sofrer tanto, apesar de – como Paulo Autuori falou tantas vezes – este time do Atlético já “sabe sofrer”. “Não vamos lá só para marcar e sim para jogar. Esperamos conquistar um bom resultado”, concluiu Nikão, para maior tranquilidade e confiança do torcedor rubro-negro.

FICHA TÉCNICA

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COPA LIBERTADORES
Grupo 4 – 3ª Rodada

Flamengo x Atlético

Flamengo
Alex Muralha; Pará, Réver, Donatti e Trauco; Márcio Araújo, William Arão, Mancuello e Diego; Gabriel e Guerrero.
Técnico: Zé Ricardo

Atlético
Weverton; Jonathan, Paulo André, Thiago Heleno e Sidcley; Deivid, Matheus Rossetto, Lucho González e Nikão; Crysan e Eduardo da Silva.
Técnico: Paulo Autuori

Local: Maracanã (Rio de Janeiro-RJ)
Horário: 21h45
Árbitro: Wilson Lamuoroux (COL)
Assistentes: Wilmar Navarro (COL) e Dionisio Ruiz (COL)