Briga vai longe

Fomento Paraná defende leilão da Arena e não aceita negociar valores

Arena da Baixada mais uma vez segue sendo o motivo para briga entre Atlético e governo. Foto: Luiz Ferraz

A briga entre Atlético e o governo em relação ao pagamento da conta da reforma da Arena da Baixada para a Copa do Mundo de 2014 promete ir longe. Avaliado, segundo perícia judicial, em R$ 634.950.000,00, o estádio pode ser leiloado em breve, caso o juiz Guilherme de Paula Rezende, da 4.ª Vara da Fazendo Pública de Curitiba, determine o pagamento imediato do empréstimo por parte do Atlético.

A medida é defendida pela Fomento Paraná – agência de crédito vinculada ao governo estadual – que cobra na Justiça o valor de R$ 291 milhões, emprestados à CAP S/A, sociedade criada pelo clube para gerenciar a reforma do estádio.

“Nós temos absoluta convicção de que são empréstimos totalmente enquadrados dentro da legislação. Não seria nenhum exagero a Arena ir a leilão. Ninguém obriga nenhum devedor a ofertar suas garantias. O próprio potencial construtivo e o Centro de Treinamento também foram dados como garantias”, afirmou Samuel Suss, diretor jurídico da Fomento Paraná, em entrevista à Gazeta do Povo. A indicação do imóvel partiu do Furacão, pois o clube considera que a penhora da praça esportiva não afeta o seu funcionamento, ao contrário de outras receitas.

No entanto, a bronca atleticana está na divisão dos valores. O Rubro-Negro alega que a Fomento cobra o valor que deveria ser dividido entre a prefeitura e o governo estadual, firmado no acordo tripartite para as reformas na Baixada. O Furacão pede que as três partes dividam o valor final da obra, de R$ 354 milhões, e não a quantia inicial, de R$ 184 milhões.

“O Atlético quer pagar a Fomento. Mas a Fomento está cobrando do Atlético a parte que cabe ao estado e à prefeitura também”, reclamou o advogado do clube, Luiz Fernando Pereira. “A Fomento quer que se pague o financiamento integral, independentemente de estado e prefeitura cumprirem suas partes”, reforçou.

Mas o banco de crédito alega que o acordo não envolve a instituição e esta é uma questão que deve ser resolvida pela administração do Atlético. Além disso, recusa qualquer negociação de valores.

“Algumas questões relativas a encargos moratórios, multas, parcelamento e eventuais alongamentos de datas podem ser negociados. Mas o valor originalmente tomado não será negociado. O financiamento foi firmado pela CAP/SA. O acordo tripartite é uma situação que o Atlético cobra do Município e do Estado do Paraná. A forma como o clube vai se capitalizar cabe exclusivamente a CAP/SA e não a Fomento (fonte do empréstimo)”, contestou Suss, que nega que a Fomento possa falir caso a Justiça determine o não pagamento da dívida por parte do Atlético.

“Não existe nenhuma possibilidade disso acontecer. Nós tivemos um lucro liquido de R$ 101 milhões no ano passado e valores estimados de R$ 127 milhões para 2017. Nosso patrimônio é de R$ 1,5 bilhão. O empréstimo foi feito através do nosso Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE), que também situação financeira extremamente sólida. Esse risco não existe em hipótese alguma”, completou.

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