Vai ter bate-chapa. Os grupos oposicionistas para as eleições de dezembro no Atlético ganham cada vez mais adeptos. Depois do advogado Henrique Gaede e do ex-presidente José Carlos Farinhaque manifestarem interesse em tentar tirar Mário Celso Petraglia da presidência, um novo grupo garante já ter assinaturas e nomes prontos para registrar uma chapa, organizada pelo empresário Louremar Ribeiro.
Todos, no entanto, têm consultado e buscado o apoio do ex-presidente João Augusto Fleury da Rocha, que tem agido como um articulador da oposição como um todo. O objetivo é juntar as forças e lideranças existentes para evitar que os grupos sejam pulverizados, diminuindo a força dos candidatos de oposição.
“Estou fazendo uma costura política para tentar aglutinar estes grupos em torno de uma proposta unificada”, explicou Fleury. Para ele, se forem registradas mais de uma chapa de oposição nas eleições, Petraglia vencerá (ou seu candidato). “Será inevitável se não estivermos aglutinados e sustentados em patamares fortes”.
Embora o coro dos infelizes com a administração do atual presidente cresça a cada dia, Fleury acredita que dois fatores podem dificultar os objetivos da oposição: o resultado em campo e a decisão de Petraglia em concorrer ao pleito, não apenas indicar um sucessor.
Embora Petraglia já tenha dito que não tem interesse em concorrer às eleições do final do ano – inclusive conseguiu uma ampliação de mandato em um ano baseado, entre outras, nessa afirmação – Fleury garante que nos bastidores ele já se movimenta. “Talvez tenhamos uma tentativa de reeleição. Quem está com ele são atleticanos muito jovens, sem história. Os nomes não repercutem junto ao torcedor”, disse.
Fleury e Petraglia já comandaram juntos o Atlético. Parceiros desde a revolução de 1995, foram presidentes dos conselhos deliberativos e administrativos de 2004 a 2008, quando romperam. Fleury se diz disposto a combater o estilo de presidência imposto por Petraglia. “Não concordo com esse modelo de gestão estilo Eurico Miranda. Já não existia espaço para isso. Agora menos ainda. Por isso sou contra essa gestão”.