Domingo (27), o Atlético chegou ao seu nono jogo sem vitória na temporada. Seu time titular jogou 16 vezes na temporada, e vem nessa sequência pra lá de negativa. Está na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro, é o time que mais sofre finalizações em média nas partidas, é praticamente inofensivo para os rivais, parece ter parado no tempo depois de um início promissor. E o que o técnico Fernando Diniz acha disso?
“Estou contente que a equipe conseguiu ser consistente e jogar de uma maneira coesa e limitou a chance de contra-ataque”.
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A frase foi dita após o empate com o Paraná Clube no clássico da Vila Capanema. Sim, ele disse estar contente. Para o torcedor que vê seu time sem vencer há quase dois meses, ouvir do treinador que está “contente” chega a ser cômico. Se não fosse trágico.
Fernando Diniz trouxe bons ventos ao futebol brasileiro. Vem com uma ideia nova, querendo trazer um jogo de mais qualidade. Isso é louvável. Optar pela posse de bola e ter uma filosofia ofensiva são notícias que precisam ser valorizadas. E foi isso, somado ao bom rendimento que o Atlético teve diante de São Paulo, Newell’s Old Boys e Chapecoense, que fez do Furacão o “queridinho” nacional. A ponto de receber um aval de Mário Celso Petraglia que nenhum profissional recebeu nos últimos 23 anos.
Mas vieram as derrotas e empates, vieram as más atuações. Os que apontavam furos no sistema de jogo e antes eram apedrejados tinham suas suspeitas confirmadas – o Rubro-Negro ainda tinha muito a evoluir. Era preciso ajustar peças, ter mais segurança defensiva, evitar riscos desnecessários, ser eficiente, transformar a posse de bola ofensiva em finalizações e gols. E quando isso foi apontado, qual a reação do treinador?
“Não está escrito que tem que mudar no futebol. Tem que mudar se você acha que vai melhorar o time”.
Também não está escrito que é preciso se abraçar loucamente a uma situação e não ter consciência de que nenhum plano é perfeito. É muito bom que Diniz queira que seu estilo dê certo, mas nenhuma forma de jogar futebol é perfeita. O Barcelona de Messi não é infalível, o Manchester City de Guardiola não é infalível – ambos ficaram pelo caminho na Liga dos Campeões. E o Real Madrid, tricampeão da Liga, foi atropelado pelo Barça no Espanhol.
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Corrigir situações e adaptar seu estilo sem se entregar é corajoso. Mais corajoso do que ficar parado no meio do caminho achando que o mundo está errado e só você está certo. Fernando Diniz não precisa se submeter à mesmice tática brasileira, mas um pouco de jogo de cintura não faria mal a ele.