Cristóvão Borges chega com o respaldo de ser um técnico estudioso e considerado diferenciado neste aspecto em relação aos demais. Sem falar que o treinador não deve ter problemas em se encaixar na filosofia implementada pelo Furacão, de ter um esquema tático padrão do clube, como Milton Mendes disse que existia quando chegou.
É verdade que ele não é muito adepto ao 4-2-3-1, que é considerado pelo DIF (Departamento de Inteligência do Futebol) a formação ideal, mas em todos os clubes que ele passou anteriormente, este esquema foi utilizado por um certo período.
Na verdade, Cristóvão trabalha mais em campo de acordo com as opções que tem no elenco, ao invés de ter uma formação tática preferida, embora dois esquemas foram bastante utilizados pelo treinador anteriormente: o 4-4-2 tradicional, mas com três volantes e um armador, ou o 4-3-3, sem armador.
No Furacão, a tendência deve se repetir. De certa forma, o 4-3-3 se encaxaria bem nos dois aspectos, pois é um esquema bastante utilizado pelo técnico e não deixa de ser uma variação da filosofia atleticana.
Neste caso, Deivid e Barrientos disputariam uma posição no meio. Se o primeiro for o escolhido, ele seria o responsável pela proteção da defesa ao lado de Otávio, com Hernani com mais liberdade para atacar e surgir como elemento surpresa. Já se o argentino ficar com a vaga, ele é quem seria o segundo volante, mais solto no meio.
Assim, possivelmente Daniel Hernández é quem seria sacado da equipe, com Marcos Guilherme e Nikão caindo pelos lados e armando para Walter, que seria o homem de referência lá na frente.
Dois atacantes
Já se Cristóvão tiver a liberdade de alterar esta padronização e quiser usar o 4-4-2, Crysan, que vinha substituindo Walter, pode se firmar ao lado do camisa 18, mas aproveitando mais a velocidade e não sendo homem de referência. Uma escolha que vem fugindo do futebol atualmente, que costuma utilizar apenas um atacante. Com isso, a briga pela vaga de armador seria acirrada, com Nikão, Marcos Guilherme e Hernandéz candidatos à única posição. E talvez ele até possa fazer isso, uma vez que o ‘protocolo’ do DIF foi quebrado, uma vez que o novo comandante rubro-negro ‘veio de fora’. Antes, o próprio Milton Mendes e Sérgio Vieira, que era do sub-23 e foi o interino da equipe principal nos dois últimos jogos, chegaram ao Furacão após serem analisados pelo DIF. Mas a vinda do novo técnico foi em meio a uma urgência e que pode dar poderes maiores a ele.
No Vasco, Bahia, Fluminense e Flamengo, onde ele trabalhou anteriormente, o técnico variou seus esquemas. No útlimo, no rubro-negro carioca, em algumas partidas o meio era montado com três volantes (Jonas, Márcio Araújo e Canteros) e dois jogadores de velocidade pelos lados. Pelas peças que tem no Atlético, não seria o caso, principalmente por conta de Walter.
Salvador! Veja mais do Atlético na sempre polêmica coluna de Mafuz!
