Entrevista exclusiva

“Encontrei pessoas de cabeça aberta”, afirma Paulo André

Contratado para esta temporada para dar experiência à defesa do Atlético, o zagueiro Paulo André não teve dificuldades para se adaptar novamente ao clube. Depois de dez anos desde sua saída para o Le Mans, da França, o defensor retornou ao Furacão e se firmou rapidamente entre os titulares.

Apesar das críticas por conta das falhas nos gols nas derrotas por 1×0 para o Fluminense, na final da Primeira Liga, e para o Paraná, no jogo de volta da semifinal do Campeonato Paranaense, na decisão do Estadual, diante do Coritiba, o camisa 13 atleticano mostrou o futebol que a torcida conhecia e mostrou que ainda está em alta.

Paulo André, inclusive, vem dando a volta por cima no Rubro-Negro. No ano passado, quando voltou ao Brasil após uma temporada na China, ele não foi bem no Cruzeiro, o que o fez chegar no Atlético sob olhares de desconfiança. Porém, a estrutura e comissão técnica atleticana e as últimas atuações rapidamente mudaram isso.

“O jogo proposto pelo Cruzeiro até a chegada do Mano Menezes não batia com a ideia de futebol que eu sempre pratiquei. Os zagueiros ficavam muito expostos, tinham que sair para caçar e as marcações eram individuais. Completamente diferente do que eu havia praticado nos oito anos anteriores. Quando cheguei aqui as coisas não eram diferentes, mas encontrei pessoas de cabeça aberta e com uma enorme vontade de evoluir. Desde a pré-temporada pude influenciar nos sistemas e princípios de marcação por setor e por isso tem sido mais fácil manter uma certa regularidade”, explicou o zagueiro, em entrevista à Tribuna.

Entre essas pessoas de cabeça aberta está o técnico Paulo Autuori. Desde que chegou, o treinador vem sendo constantemente elogiado por Paulo André, que acredita que ele pode levar o Furacão a um outro patamar.

“O Paulo é um dos poucos técnicos brasileiros com capacidade para utilizar toda a estrutura do Atlético, se valendo das informações geradas pelos departamentos físico, técnico e de análise de desempenho do clube para construir um método de trabalho coerente e vencedor”, avaliou.

Até aqui, sob o comando de Autuori, o Furacão foi vice-campeão da Primeira Liga e campeão paranaense, o primeiro título de Paulo André pelo Atlético. “É muito bom ser campeão e ter o trabalho reconhecido por um clube e uma torcida com quem eu me identifico e tenho carinho. Espero não parar por aqui e contribuir para novas conquistas”, completou o defensor, que confia em uma boa participação do time no Campeonato Brasileiro.

“Eu acho muito cedo para cravarmos qualquer situação. Não podemos criar uma expectativa e depois não alcançá-la. Precisamos que o nosso torcedor entenda a dificuldade do campeonato e abrace a equipe do começo ao fim. Só com essa união teremos a chance de chegar mais longe. Temos um bom elenco e estamos crescendo a cada jogo”, concluiu o camisa 13.