Em meio a uma briga política entre Atlético e torcida, o presidente do conselho deliberativo do clube, Mario Celso Petraglia, vai articulando internamente uma tentativa de evitar a Assembleia Geral dos sócios, algo que a oposição está tentando colocar em prática, e faz parte do estatuto do Furacão.
- Arena na mira dos organizadores da Copa de 2030
- Furacão usará informações do governo na biometria da Arena
No último sábado (21), o conselho realizou uma reunião extraordinária, onde o dirigente conduziu o encontro com uma ampla apresentação de todas as ações realizadas pelo clube, principalmente de 1995 para cá, quando iniciou a “Era Petraglia”. O presidente, aliás, estava licenciado do Rubro-Negro, mas antecipou sua volta, justamente na véspera da reunião, para mostrar todas as evoluções do clube nos últimos 22 anos.
A Tribuna teve acesso a esta apresentação, onde Petraglia mostra como o Atlético estava até ele assumir, em 1995, onde, de acordo com os slides, tinha um estádio, o ‘Farinhakão’ (o Joaquim Américo reconstruído e reinaugurado no ano anterior), sem iluminação e com uma capacidade para 10 mil pessoas, além da falta de um centro de treinamento e de relembrar o famoso Atletiba da Páscoa, quando o Coritiba goleou por 5×1 – com direito a mostrar na apresentação a capa da Tribuna do dia seguinte – e de o time, na época, estar na Série B.
Depois, os slides passam a mostrar a evolução atleticana, com um primeiro momento entre 1995 e 2004, relembrando o título da Série B, a marca ‘Atlético Total’, a construção do CT do Caju e a reforma da Arena da Baixada, além do título brasileiro de 2001.
Mas Petraglia relembrou também as ações que teve nos bastidores, quando proibiu a Rede Globo de transmitir o jogo contra o Atlético-MG, pelas quartas de final do Brasileirão de 1996 e participou das maiores transferências da história do clube, como as negociações do atacante Lucas e do volante Kléberson.
Em seguida, também relembrou o polêmico caso Ivens Mendes, quando o Furacão foi rebaixado e o próprio Petraglia tinha sido banido do futebol, mas conseguiu reverter as duas punições.
Aliás, as ’crises’ internas foram enfatizadas pelo dirigente, que também lembrou a sua própria renúncia meses antes da eleição de 2002, quando acabou voltando nos braços do povo pela campanha ’Fica Petraglia’ e reformulou toda a diretoria, tendo ainda mais poderes no clube.
Entre as “conquistas”, o presidente reforçou a final da Libertadores de 2005, mas que, segundo ele, por politicagem, acabou ficando fora da Arena da Baixada e sendo disputada no Beira-Rio, em Porto Alegre, a volta à Série A em 2012, quando retornou ao Atlético, outras campanhas nacionais.
Na terceira etapa da apresentação, o dirigente focou justamente esta última volta ao clube, focando também a Baixada como sede da Copa do Mundo de 2014, com uma autogestão das obras e a criação da CAP S/A, além da finalização do estádio, com a colocação do teto retrátil e do gramado sintético, entre outras melhorias no estádio e a implementação da biometria. Neste último caso, Petraglia cita o “fim do cambismo dos smarts” e também a “filosofia implantada para cessão de estádio circo x palhaço”.
Gestão do clube
Petraglia também explicou a reestruturação dos sistemas de gestão do clube, com alterações no estatuto e os novos contratos de televisão para os próximos anos, até 2024. Outra ideia é modernizar a logo do Atlético e também criar um mascote. Neste caso, ele exemplificou a Juventus, da Itália, que este ano mudou seu símbolo mais uma vez.
Ainda sobre o futuro, o dirigente ressaltou a tributação especial para clubes empresas, a possibilidade da cobrança de transmissão de rádios e um parceiro estratégico de gestão e capital. Em campo, reforçou a criação da Liga das Américas e a questão do Mundial de Clubes ser disputado de quatro em quatro anos – lembrando que a promessa era de o clube ganhar a competição até 2024.
Confira a classificação do Campeonato Brasileiro!
Por fim, no último slider, Petraglia terminou a apresentação com a frase “O novo Atlético jamais será Atlético de novo!”, em alusão ao slogan da oposição. A assinatura, inclusive, foi com as iniciais MCP, e não pelo Conselho Deliberativo.
A estratégia foi a forma encontrada pra convencer o conselho que a atual gestão está levantando o clube, ao contrário do que a torcida e a oposição está afirmando.
Enquanto isso, a busca de sócios para participar do abaixo-assinado continua. Segundo os oposicionistas, seriam necessárias mais de 3 mil assinaturas para obrigar o Conselho Deliberativo a marcar uma Assembleia Geral.