Cadê o caldeirão?

Em meio a decisão no campo, Atlético vê briga com torcida esvaziar Arena

Arena da Baixada vazia. Estádio não teve mais de 50% da capacidade total ocupada neste Brasileirão. Foto: Arquivo

Em nono lugar na tabela do Campeonato Brasileiro, com 31 pontos, o Atlético recebe o Fluminense, domingo (17), às 16h, na Arena da Baixada, precisando da vitória para se afastar de um concorrente direto e também seguir na cola do G6, de onde está três pontos atrás. Ou seja, cenário ideal para ter casa cheia nesta 24ª rodada e resgatar a fama do Caldeirão. Porém, em meio a este clima de decisão, o Furacão também convive com uma forte crise entre clube e torcida.

Na última quarta-feira (13), o Rubro-Negro anunciou um aumento no valor dos ingressos para R$ 150 reais, com o preço antigo (R$ 100) sendo válido até a véspera da partida. Além disso, também aumentou o custo da mensalidade no setor Fan, que fica atrás dos gols, para R$ 150, o que gerou uma revolta enorme de muitos torcedores, que protestaram nas redes sociais, gerando mais um atrito entre atleticanos e diretoria, que já vinha se alastrando desde a obrigatoriedade da biometria para o acesso à Arena.

Até aqui, o Atlético tem a sexta melhor média de público do Brasileirão, com 15.630 torcedores por partida, ficando atrás de Corinthians (38.486), São Paulo (32.411), Palmeiras (32.034), Grêmio (23.887) e Bahia (19.307). No entanto, se considerar a ocupação média do estádio, o Furacão despenca para a 12ª posição, com 38% do Joaquim Américo ocupado apenas, ficando atrás de times como Chapecoense (42%) e Bahia e Avaí (39%), que, no momento, estão brigando contra o rebaixamento.

Para se ter uma ideia, o melhor público do Rubro-Negro no Brasileirão aconteceu na terceira rodada, quando 19.923 pessoas pagaram para acompanhar o empate em 1×1 com o Flamengo. Apenas 49% do estádio esteve ocupado. Ou seja, o clube não conseguiu preencher nem metade da ocupação total da Baixada em nenhuma das 11 partidas que fez como mandante.

Em alguns jogos, isto foi reflexo de protestos de alguns torcedores, principalmente membros da torcida organizada Os Fanáticos, que preferiram não ir ao estádio. Na temporada como um todo, o Atlético já chegou a ter 83% da Arena ocupada, quando 33.463 pessoas viram a vitória atleticana por 2×1 sobre o Flamengo, pela Libertadores. Aliás, em todos os jogos válidos pelo torneio continental o público pagante foi maior que em qualquer duelo pelo Brasileirão. Até a final e a semifinal do Paranaense tiveram públicos melhores.

Desempenho do time

Porém, não se pode dizer que a presença da torcida no estádio tem ligação com o desempenho do time na competição. Em 11 rodadas em casa, o Furacão soma apenas 15 pontos, com quatro vitórias, três empates e quatro derrotas, um aproveitamento de 45%, o 13º melhor do campeonato. Só que no ano passado, quando foi o melhor mandante, com 15 vitórias, três empates e uma única derrota, a média de público foi apenas um pouco melhor que a de 2017, com 15.751 pessoas por jogo.

Confira a tabela completa do Brasileirão!

Número que foi melhorado graças à última rodada, quando o clube levou 35.396 pessoas, curiosamente contra o mesmo Flamengo que tem os melhores públicos de 2017. Sem contar esta partida, a média seria de 14.659 pagantes, praticamente mil a menos que este ano, mesmo com uma campanha muito superior.

Dados que mostram que a ausência da torcida na Arena se deve mais pelos valores cobrados por ingresso e mensalidade de sócios do que pelo momento do time, seja bom ou ruim, além dos conflitos com a diretoria, alvo de cobranças e xingamentos em muitos jogos. Tanto que o clube tem, atualmente, aproximadamente 22 mil sócios, mas boa parte acaba não comparecendo aos jogos, interferindo diretamente nesta média, que não deve ser alterada diante do Fluminense.

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